A Harue Locação de Veículos LTDA, empresa alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, 19, recebeu R$ 841,9 mil de cota parlamentar entre 2015 e 2024. A PF suspeita que a locadora foi usada para emitir notas falsas e simular contratos de prestação de serviços usados para desviar recursos da Câmara dos Deputados.
Desse valor, cerca de dois terços (66%) foram provenientes de dois parlamentares: Carlos Jordy (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Juntos, eles gastaram R$ 557,4 mil do benefício. Os assessores de ambos foram alvo de busca e apreensão da PF neste mesmo dia. Os deputados não se manifestaram até a publicação desta matéria.
Sóstenes e Jordy contratam serviços dessa empresa desde o primeiro ano em que se tornaram deputados federais (2015 e 2019, respectivamente). Sóstenes desembolsou R$ 299,4 mil e Jordy R$ 258 mil.
Os mandados das buscas foram expedidos pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da investigação, e são cumpridos no Rio de Janeiro, Tocantins e Distrito Federal. A Polícia Federal informou, em nota, que os crimes investigados são peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
As primeiras informações sobre a operação apontam para indícios de um esquema, envolvendo também empresários, para desviar verbas das cotas parlamentares. De acordo com a PF, "agentes públicos e empresários teriam estabelecido um acordo ilícito para o desvio de recursos".
A operação foi chamada de Rent a Car porque, segundo a Polícia Federal, uma empresa de locação de veículos teria sido usada para emitir notas falsas e simular contratos de prestação de serviços usados para desviar recursos da Câmara dos Deputados. O Estadão apurou que a empresa é a Harue Locação de Veículos LTDA, de nome fantasia Mobile Rent a Car.
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