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Juíza manda soltar brasileiros investigados por suspeita de envolvimento com o Hezbollah

A Justiça Federal mandou soltar dois homens que estavam presos preventivamente na investigação da Polícia Federal (PF) sobre uma rede de brasileiros que teriam sido cooptados pelo Hezbollah, grupo paramilitar xiita do Líbano. Um mês após as prisões, a

Rayssa Motta e Fausto Macedo (via Agência Estado)

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Escrito por Rayssa Motta e Fausto Macedo (via Agência Estado)
Publicado em 06.12.2023, 12:43:00 Editado em 06.12.2023, 12:47:14
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A Justiça Federal mandou soltar dois homens que estavam presos preventivamente na investigação da Polícia Federal (PF) sobre uma rede de brasileiros que teriam sido cooptados pelo Hezbollah, grupo paramilitar xiita do Líbano. Um mês após as prisões, a própria PF pediu que eles fossem colocados em liberdade. O Ministério Público Federal (MPF) concordou. Os alvarás foram expedidos pela juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 2.ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte, nesta terça. A investigação foi aberta em outubro, depois que a Polícia Federal recebeu um memorando da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, por meio do Escritório do Adido Legal do FBI, alertando para as suspeitas de ligação entre brasileiros e terroristas. "O FBI identificou viagem suspeita ao Líbano de um pequeno grupo de indivíduos possivelmente envolvidos em atividades criminosas no Brasil, tais como atividades criminosas, tráfico de drogas, e potencialmente atividades terroristas", dizia o documento. - Haissam Housin Diab, libanês naturalizado brasileiro; - Mohamad Khir Abdulmajid, sírio naturalizado brasileiro, dono de tabacarias em Belo Horizonte; - Jean Carlos de Souza, Michael Messias e Lucas Passos Lima, brasileiros que viajaram para o Líbano. "O FBI acredita que uma investigação dos indivíduos mencionados iria revelar uma rede de atividades criminosas ao redor do mundo", sugere o ofício. O inquérito, conduzido pelo delegado Leopoldo Soares Lacerda, investiga se os brasileiros têm conexão com organizações terroristas e se estavam envolvidos em planos de atentados. "Conforme a comunicação de fato, tais indivíduos teriam se deslocado recentemente para o Líbano, onde permaneceram poucos dias e retornaram ao Brasil, o que, considerando a rotina, situação financeira e falta de conexão com o país estrangeiro, levantam suspeitas sobre a licitude das viagens", diz um trecho da portaria que instaurou o inquérito. Mohammad Khir Adbulmajid, apontado como elo entre o Hezbollah e os brasileiros investigados, está na lista de difusão vermelha - mais procurados - da Interpol. Segundo investigadores, ele estaria no Líbano.

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Depoimentos

Os brasileiros foram presos na Operação Trapiche. O autônomo Lucas Passos Lima, 35, foi detido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando voltava do Líbano, o técnico em plásticos Jean Carlos de Souza, 38, foi preso próximo a um hotel onde estava hospedado no centro da capital paulista, e o músico Michael Messias foi detido no Rio de Janeiro. Todos negaram envolvimento no planejamento de atos terroristas. Lucas narrou que viajou ao Líbano porque recebeu uma proposta de "crescimento de negócio". Ele trabalha com regularização de imóveis, corretagem e venda de grãos, segundo relatou na audiência de custódia. A defesa dele entrou com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso ao inquérito. Michael disse aos investigadores que viajou com despesas pagas por libaneses que conheceu em um casamento no Alto da Boa Vista, na zona oeste do Rio de Janeiro, e que se "interessaram por sua música". Ele afirmou que a viagem foi um "intercâmbio musical". Jean Carlos afirmou que vive uma rotina de viagens de trabalho, sem qualquer ligação com grupos extremistas.

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