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Juiz tranca ação penal contra Rose e Gilberto Miranda na Operação Porto Seguro

A Justiça Federal em São Paulo trancou nesta segunda-feira, 18, as quatro ações penais abertas a partir das investigações da Operação Porto Seguro, que em novembro de 2012 mirou a venda de pareceres técnicos em órgãos federais. Ao todo, 14 pessoas foram b

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.10.2021, 21:24:00 Editado em 18.10.2021, 21:32:31
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A Justiça Federal em São Paulo trancou nesta segunda-feira, 18, as quatro ações penais abertas a partir das investigações da Operação Porto Seguro, que em novembro de 2012 mirou a venda de pareceres técnicos em órgãos federais. Ao todo, 14 pessoas foram beneficiadas, incluindo o ex-senador Gilberto Miranda e a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha.

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A decisão é do juiz Rodrigo Boaventura Martins, da 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que anulou medidas de busca e apreensão, quebra de sigilo de dados e depoimentos colhidos na investigação. Com isso, a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) foi desidratada e seu recebimento derrubado, o que culminou no trancamento dos processos.

A validade das provas foi reavaliada a pedido da defesas depois que a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou, em dezembro, a decisão judicial que autorizou a quebra do sigilo telefônico dos investigados e as provas consequentes. Os ministros deixaram a cargo do juiz de primeiro grau a atribuição de avaliar a extensão do material atingido pela medida. "Sem prejuízo do prosseguimento da ação penal com base em outras provas", diz o acórdão do STJ.

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Na avaliação do magistrado, as provas produzidas na sequência são ilícitas por derivação. "Estando contaminadas pela ilicitude das provas originárias, por efeito de repercussão causal, sendo, portanto, inadmissíveis, evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras", escreveu.

O Ministério Público Federal ainda tentou preservar parte do material obtido no inquérito. Os investigadores argumentaram que elementos reunidos a partir de decisões anteriores permaneceriam válidos, como relatórios de fiscalização, pareceres técnicos, depoimentos e emails.

No entanto, na avaliação do juiz, houve uma cadeia probatória sequencial que compromete todo o acervo. "As manifestações ministeriais e decisões sustentaram-se na reanálise do quanto havia sido apurado e na necessidade de se dar prosseguimento à investigação, a fim de se obter mais elementos de prova da materialidade e autoria delitivas, até que fossem suficientes, em todo o seu conjunto, à formação da opinião delitiva do órgão acusador", observou o magistrado. Cabe recurso do MPF.

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Veja a lista de réus beneficiados e os cargos que ocupavam:

Rosemary Noronha, chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo;

Gilberto Miranda Batista, senador;

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Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA);

Rubens Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e procurador da Fazenda Nacional;

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Marcelo Rodrigues Vieira, empresário;

Marco Antonio Negrão Martorelli, advogado;

Patrícia Santos Maciel de Oliveira, advogada;

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Cyonil da Cunha Borges de Faria Jr., ex-auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU);

Carlos César Floriano, empresário do ramo portuário, vice presidente do Terminal de Contêineres da Margem Direita S/A (Tecondi);

José Gonzaga da Silva Neto, presidente do Centro de Ensino Superior de Colorado do Oeste (Cesuc);

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Esmeraldo Malheiros Santos, consultor jurídico do Ministério da Educação;

Mauro Henrique Costa Sousa, agente administrativo da Secretaria de Patrimônio da União;

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Evangelina de Almeida Pinho, assessora da Secretaria de Patrimônio da União;

José Weber Holanda Alves, adjunto do Advogado Geral da União.

Relembre a Operação Porto Seguro

Aberta em novembro de 2012 pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, a Operação Porto Seguro tornou públicas as suspeitas sobre a atuação da ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, em um esquema de tráfico de influência e venda de pareceres técnicos em órgãos federais para beneficiar empresas privadas.

O ex-senador Gilberto Miranda também foi atingido pela investigação. Contra ele, os procuradores apontaram indícios de favorecimento indevido. Isso porque ele teria conseguido o direito de usar irregularmente, para fins particulares, a Ilha das Cabras, em Ilhabela, no litoral paulista.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA CLÁUDIO PIMENTEL, DEFENSOR DO EX-SENADOR GILBERTO MIRANDA

"Acertada a decisão que trancou a ação penal. Após o STJ anular provas produzidas de forma ilícita, não havia como seguir com o processo baseado em denúncia tornada inepta."

COM A PALAVRA, O ADVOGADO CELSO VILARDI, QUE REPRESENTA ROSEMARY NORONHA

"A decisão do Juiz está absolutamente correta, uma vez que a base das investigações foi anulada pelo STJ, daí porque o trancamento da ação era uma medida esperada. A defesa entende que o caso está encerrado, embora caiba recurso."

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