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Jaques Wagner: se Câmara achar digno de anistia o que foi feito no 8/1, a classe política pirou

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), rechaçou qualquer possibilidade de negociação sobre o projeto de lei que prevê anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. A proposta teve um requerimento de urgência protocolado na Câma

Lucas Keske (via Agência Estado)

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Escrito por Lucas Keske (via Agência Estado)
Publicado em 15.04.2025, 15:41:00 Editado em 15.04.2025, 15:48:48
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O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), rechaçou qualquer possibilidade de negociação sobre o projeto de lei que prevê anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. A proposta teve um requerimento de urgência protocolado na Câmara dos Deputados com 262 assinaturas, na tarde de segunda-feira, 14. Para Wagner, o projeto é a maior afronta à democracia nacional desde a redemocratização.

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"Comigo não tem acordo, eu sou contra o projeto da anistia em qualquer hipótese", declarou. Caso a proposta avance no Congresso, o senador avalia que isso indicaria uma completa desconexão da classe política com a gravidade do episódio: "Eu tenho preocupação se a Câmara entender que é digno de anistia aquilo que foi feito no 8 de janeiro. Aí eu acho que a classe política pirou. Então, eu não acredito que passe o projeto da anistia", disse o líder do governo no Senado em entrevista ao jornal Valor Econômico.

O senador também fez questão de esclarecer que sua oposição à medida não tem relação com cálculo eleitoral, já que, em sua avaliação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria o nome mais frágil da oposição diante de uma candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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"Estou pouco me lixando se Bolsonaro vai ser ou não vai ser candidato. Não quero que façam com ele o que fizeram com Lula, eu quero que ele tenha pleno direito de defesa, todos eles", acrescentou. Para o senador, o nome de Bolsonaro tem um alto índice de rejeição, o que poderia até ser visto como vantajoso para o PT em relação às eleições de 2026.

Questionado sobre o fato de 146 deputados da base governista terem apoiado a urgência do projeto, Wagner atribuiu a movimentação à pressão das redes sociais. Exibindo o celular, ele indicou que a mobilização digital tem pesado nas decisões dos parlamentares, a ponto de terem assinado o requerimento de urgência por medo da repercussão. "Não tem nada a ver com a base do governo. Isso tem a ver com isso aqui mostra o celular, uma gente que é escravo da rede social, que ouviu 'assine, assine, assine'", destacou.

O senador acrescentou que o governo não tem apresentado contrapartida para reverter essa relevância que os parlamentares dão às solicitações vindas das redes. Ele destaca que as emendas parlamentares cumprem papel importante neste aspecto: "Não se trata da base do governo. Se trata de saber o seguinte: os deputados se movimentam em torno do quê? Eles se movimentam em torno do governo ou das emendas? Esse que é o problema. Quanto tem cada deputado? Eu digo o chão de fábrica. Porque alguns têm mais de R$ 80 milhões em emendas parlamentares", destacou Wagner.

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Questionado se o modelo das emendas deve ser mudado, disse que o País teve quatro anos de "ausência de política". Para ele, ela foi substituída por esse "pragmatismo das emendas" e alguns deputados às veem como "direito adquirido".

Popularidade do governo

Para Jaques Wagner o ponto mais importante para a impopularidade do governo Lula são os preços dos alimentos. Segundo ele, tal fato tem pouca ou nenhuma relação com a atuação do governo, que está entregando números "excepcionais".

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"Dói muito mais no povo a carestia do que as pautas identitárias, e o pessoal do outro lado começou a bater. Eles estão batendo porque eles querem que o presidente Lula chegue na eleição o mais fragilizado possível", afirmou.

PEC da Segurança Pública

Wagner entende que a PEC tem condições de ser aprovada e de entregar a resposta que a população tem pedido sobre o tema. "O povo não nos julga pelo problema, nos julga pela nossa postura frente ao problema. ... A droga está aí porque virou um negócio trilhardário do mundo. Mas, seguramente, se daqui para o ano que vem medidas forem tomadas, aí a avaliação já é outra", destacou.

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