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'Já sumiu um que foi com dona Michelle', diz assessor a Mauro Cid sobre kit de joias

Auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disseram que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro "sumiu" com joias recebidas pelo então chefe do Executivo. Em mensagens para discutir se os kits de itens preciosos poderiam ser vendidos, o assessor especi

Redação, O Estado de S. Paulo (via Agência Estado)

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Escrito por Redação, O Estado de S. Paulo (via Agência Estado)
Publicado em 11.08.2023, 18:34:00 Editado em 11.08.2023, 15:38:52
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Auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disseram que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro "sumiu" com joias recebidas pelo então chefe do Executivo. Em mensagens para discutir se os kits de itens preciosos poderiam ser vendidos, o assessor especial Marcelo Câmara relatou ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid sobre o "desparecimento" de objetos. "Porque já sumiu um que foi com a dona Michelle." "As mensagens revelam que, apesar das restrições, possivelmente, outros presentes recebidos pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro podem ter sido desviados e vendidos sem respeitar as restrições legais, ressaltando inclusive que 'sumiu um que foi com a dona Michelle'", afirma a Polícia Federal (PF). Não há descrição do que "sumiu" com a ex-primeira-dama. O trecho da investigação está na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a Operação Lucas 12:2, realizada nesta sexta-feira, 11. O objetivo é investigar suposto grupo que teria vendido bens entregues a autoridades brasileiras em missões oficiais. Na troca de mensagens em áudio, Mauro Cid e Marcelo Câmara debatem sobre a legalidade da venda de joias recebidas em compromissos oficiais do ex-presidente. Esses objetos de alto valor são considerados bens públicos e devem ser enviados para o acervo da Presidência da República. A discussão é sobre um conjunto de joias da marca suíça da Chopard, que o grupo tentou leiloar em 8 de fevereiro de 2023. O anúncio de um conjunto composto por relógio, abotoaduras, anel, caneta e um rosário árabe (masbaha) em ouro rosé e cravejados de diamantes por US$ 120 mil estava em um site americano especializado em leilões de objetos de luxo. O kit não foi vendido, e Câmara alertou a Cid, em 9 de fevereiro, que havia um documento do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência, datado de novembro de 2022, que atestava a existência das joias no acervo. Em 13 de fevereiro, Cid pediu para Câmara procurar Marcello da Silva Vieira, ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República, para checar sobre a legalidade da venda dos objetos. "Mas, liga pra ele. Ele tinha me falado, ele me garantiu que poderia, que o presidente poderia fazer o que quisesse porque isso são itens personalíssimos." Câmara respondeu, então, que já havia conversado com o ex-chefe do gabinete de documentação histórica, se referindo à possibilidade de vender objetos que teriam sido destinados ao acervo privado de Bolsonaro. "Eu falei com ele sobre isso, Cid. Aí ele me falou que tem esse entendimento sim. Mas que o pessoal questiona porque ele pode dar, pode fazer o que ele quiser. Mas tem que lançar na comissão, memória, entendeu?" Na sequência, Câmara afirmou: "O que já foi, já foi. Mas se esse aqui tiver ainda a gente certinho pra não dar problema. Porque já sumiu um que foi com a dona Michelle; então pra não ter problema". Não foi citado nas mensagens de qual item falavam ao relacionar o nome da ex-primeira-dama. Mauro Cid disse que havia mandado recuperar o conjunto Chopard. "Eu já mandei voltar, eu já mandei voltar!" Câmara afirmou ainda que poderiam tentar vender o kit de novo "em uma próxima oportunidade", avisando ao governo federal sobre a comercialização. "Só dá pena pq estamos falando de 120 mil dólares", disse Mauro Cid. Marcelo Câmara concordou: "O problema é depois justificar e para onde foi. De eu informar para a comissão da verdade. Rapidamente vai vazar". O conjunto de joias Chopard chegou ao Brasil pelas mãos da comitiva do então ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, em outubro de 2021, e entrou ilegalmente no País, burlando a Receita Federal, como relevou o

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Estadão

em abril deste ano.

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