Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Política

publicidade
POLÍTICA

Irritado com vazamento, Lula diz ter pedido ajuda a Xi Jinping com TikTok

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

No último dia de sua viagem oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dividiu seu mal-estar com o vazamento de uma pergunta feita pela primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, durante reunião com ele próprio e com o líder chinês, Xi Jinping, nesta terça-feira, 13. Em entrevista coletiva à imprensa, Lula disse ter sido ele a pedir ajuda ao líder chinês, para o que chamou de "questões digitais". Segundo o presidente, o pedido foi para que fosse enviada ao Brasil "uma pessoa de confiança" para discutir principalmente o TikTok.

Lula demonstrou irritação ao responder a perguntas de jornalistas sobre o assunto, e defendeu Janja. "Eu perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança para a gente discutir a questão digital - sobretudo o TikTok", declarou o presidente. "E aí a Janja pediu a palavra para explicar o que está acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e as crianças. Foi só isso."

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

Ainda segundo o presidente brasileiro, a resposta de Xi Jinping foi a de que o Brasil tem o direito e o poder de fazer a regulamentação das redes sociais e até banir a plataforma do País. De acordo com Lula, foi uma resposta "óbvia".

Nesta terça, 13, integrantes da comitiva brasileira em Pequim relataram ao portal G1 que a primeira-dama havia protagonizado um momento "constrangedor" ao pedir a palavra para falar com o líder chinês sobre a rede social, que considera ter um algoritmo favorável à direita. Segundo relatos, a fala de Janja teria "incomodado" autoridades chinesas que estavam presentes no encontro.

'Pessoal'

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"A primeira coisa que acho estranho é como é que essa pergunta chegou à imprensa. Porque estavam só os meus ministros lá, o (Davi) Alcolumbre (presidente do Senado) e o (deputado) Elmar (Nascimento). Alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa de um jantar muito confidencial e pessoal", declarou Lula ao ser questionado sobre o episódio. Segundo o petista, foi ele quem fez o pedido ao presidente chinês.

A fala de Janja é mais uma das controvérsias em que a primeira-dama se envolve desde o início deste terceiro mandato de Lula. Uma das principais críticas da oposição e mesmo de aliados do petista tem sido em relação à falta de transparência sobre custos em viagens internacionais.

Já nos primeiros dias do governo Lula 3, a primeira-dama criticou a galeria de fotos de ex-presidentes, no Palácio do Planalto, afirmando que alguns deles não mereciam estar ali, entre as imagens. A manifestação de Janja incomodou aliados e adversários.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em 2023, o Estadão apurou que a primeira-dama vinha interferindo em questões de governo, em especial na publicidade, com poder de veto sobre campanhas. A mesma interferência estaria ocorrendo em assuntos da Economia.

Recado

Sem citar nomes de seu Ministério, Lula disse, na entrevista de ontem, que, em caso de incômodo durante a reunião com o líder chinês, teria bastado ao auxiliar pedir para sair do encontro. "Se algum ministro estivesse incomodado, deveria ter pedido para sair da sala, eu teria autorizado", afirmou o presidente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A política chinesa para o universo digital é uma das mais rigorosas do mundo. O controle das redes sociais e de toda a internet é severo no país. O governo usa um sistema conhecido como "Grande Firewall" para vigiar e fiscalizar o uso. Os posts nas redes sociais costumam ser censurados, quando trazem críticas ao Partido Comunista Chinês ou defendem movimentos pró-democracia.

Ao falar sobre o pedido que fez ao líder chinês, Lula disse que o considerou "normal". "Foi uma coisa normal e ele vai mandar uma pessoa. Isso que importa. Não sei por que alguém achou que isso era novidade e foi falar para a imprensa. A pergunta foi minha e eu não me senti incomodado. O fato de a minha mulher pedir a palavra é porque ela não é cidadã de segunda classe, entende mais de rede digital do que eu", concluiu Lula.

O presidente deixou claro, ainda, que considera urgente que seja feita uma regulação do uso das redes sociais no País, diante dos "absurdos" que ocorrem na internet. "Não é possível a gente continuar com as redes sociais cometendo os absurdos que cometem, e a gente não ter a capacidade de fazer uma regulamentação", destacou o petista.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Debate

O debate sobre a regulação das redes sociais no Brasil voltou à tona este ano. Nos primeiros dias de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Advocacia-Geral da União (AGU) deram novos passos na discussão sobre a adequação das plataformas à jurisdição brasileira. Ao mesmo tempo, o Congresso Nacional está alheio ao tema desde o engavetamento do Projeto de Lei das Fake News, em 2023.

Relator do PL das Fake News, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), em entrevista ao Estadão, afirmou que a regulação das plataformas digitais só deve ser implementada se servir para fortalecer a liberdade de expressão. Para especialistas, cabe ao Legislativo, e não à Justiça ou ao Executivo, definir novas regras.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Política

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline