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Igreja Presbiteriana diz que fiéis 'têm liberdade', após relatório antiesquerda

O presidente da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), Roberto Brasileiro Silva, afirmou que os pastores e membros da instituição têm liberdade para se posicionarem politicamente, apesar do relatório interno que recomenda orientar fiéis a se afastarem da e

Daniel Weterman (via Agência Estado)

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Escrito por Daniel Weterman (via Agência Estado)
Publicado em 21.07.2022, 21:42:00 Editado em 21.07.2022, 21:47:03
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O presidente da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), Roberto Brasileiro Silva, afirmou que os pastores e membros da instituição têm liberdade para se posicionarem politicamente, apesar do relatório interno que recomenda orientar fiéis a se afastarem da esquerda. Conforme o Estadão publicou, a igreja abriu o púlpito para a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) em meio à discussão da proposta.

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"A igreja não apoia este ou aquele candidato e não destoa deste ou daquele candidato. Nós damos liberdade aos nossos pastores e aos nossos membros nos seus posicionamentos políticos", disse o reverendo à reportagem. Ele evitou comentar o conteúdo do relatório, que fala em afastar os crentes do "comunismo" e da "nefasta influência do pensamento de esquerda". A proposta será discutida no Supremo Concílio da IPB, órgão máximo de decisão da igreja, entre os dias 24 e 31 de julho, em Cuiabá, e depende de aprovação para se tornar oficial.

O relator da proposta é o reverendo Osni Ferreira, da Igreja Presbiteriana Central de Londrina (PR). No último dia 3, ele usou o púlpito da igreja para defender a reeleição de Bolsonaro.

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O presidente da IPB tentou afastar as declarações do posicionamento oficial da igreja. "Cada pastor é responsável por aquilo que ele fala, por aquilo que ele pronuncia, e responde ao seu conselho e também ao presbitério. Quando a igreja faz um posicionamento oficial é através da minha pessoa, e nós não fizemos nenhum pronunciamento", afirmou Roberto Brasileiro Silva.

Nos bastidores, a proposta que será debatida no Supremo Concílio é apontada como uma pressão contra fiéis críticos de Bolsonaro e eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não seriam mais bem-vindos no reduto presbiteriano. A cúpula presbiteriana é alinhada ao atual governo. O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso no âmbito de uma investigação sobre o gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação, caso revelado pelo Estadão, é um dos líderes da igreja. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, indicado por Bolsonaro, também é da mesma instituição.

O presidente da IPB esteve ao lado de Bolsonaro quando aliados do governo comemoraram a aprovação da indicação de André Mendonça ao STF, em dezembro do ano passado. Na ocasião, Roberto Brasileiro elogiou o presidente. Ele tem um filho, o advogado Gustavo Brasileiro, que foi assessor especial do Ministério da Educação na gestão de Milton Ribeiro e é pré-candidato a deputado estadual pelo Partido Novo em Minas Gerais.

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"Eu fui próximo de todos os últimos presidentes, estive com todos eles. A obrigação da igreja é visitar, orar e interceder. Você não vai encontrar em lugar nenhum qualquer posicionamento meu, qualquer participação minha em nenhum evento político", disse o reverendo.

Nas redes sociais, a igreja foi acusada de perseguição. O pastor Antônio Carlos Costa, presidente da ONG Rio da Paz e ex-líder da IPB no Rio, afirmou que a instituição está decidindo "o que fazer" com os membros de esquerda. "O que ela tenciona fazer com pastor da IPB que do púlpito propõe golpe militar? O apoio explícito a Bolsonaro é a pura expressão do pensamento reformado? Bolsonaro é profeta? Quantos pastores de esquerda foram ouvidos pelo Supremo Concílio?".

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