Após esclarecer que propunha uma reflexão sobre o presidencialismo de coalizão e não uma crítica à atual legislatura da Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse acreditar que sua declaração sobre o "poder" da Câmara não colocará em risco a relação construída com deputados ao longo dos últimos meses. Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, Haddad disse que a Câmara está com um poder muito grande e que não pode usá-lo para humilhar o Senado ou o Executivo. "Quero crer que não vai ser uma questão como essa que vai colocar em risco uma relação construída durante muitos meses e que rendeu tantos frutos ao País", disse o ministro, reiterando que sempre frequentou a residência oficial do presidente da Câmara para defender assuntos institucionais e que continuará fazendo isso. Haddad disse que participará de reunião, ainda esta semana, sobre o novo arcabouço fiscal. Quando falou com os jornalistas, o ministro ainda não havia sido comunicado sobre o cancelamento da reunião desta segunda-feira, tampouco sobre a marcação do encontro para a terça-feira. "Não vamos fazer disso um cavalo de batalha. A primeira providência que tomei foi ligar para o presidente Arthur Lira e esclarecer o contexto das minhas declarações", disse o minha ministro. "As minhas declarações não dizem respeito à atual legislatura. Eu sou só elogios para a Câmara, o Senado e o Judiciário. Nós não teríamos chegado até aqui sem a concorrência dos Poderes da República. Defendi que em virtude de um arranjo institucional que não tem mais vigência, a gente procurasse uma moderação entre os Poderes para entregar as medidas que o País precisa", defendeu Haddad. Como revelou o
, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Lira cancelou a reunião desta segunda-feira para discussão do novo arcabouço porque lideranças da Casa ficaram incomodadas com as declarações de Haddad a Reinaldo Azevedo. Esse encontro - que contaria com o relator, Claudio Cajado (PP-BA), líderes partidários e técnicos da Fazenda - não constou oficialmente da agenda nem de Lira, nem de Haddad.
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