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Grupo do PP não aceita Mello como vice de Nunes: 'Manda o Bolsonaro acordar'

Um grupo de deputados do PP se rebelou contra a indicação do ex-coronel da Rota Ricardo de Mello Araújo como vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A indicação foi feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como condição para apoiar o emedebista

Pedro Augusto Figueiredo (via Agência Estado)

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Escrito por Pedro Augusto Figueiredo (via Agência Estado)
Publicado em 10.06.2024, 21:28:00 Editado em 10.06.2024, 21:35:38
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Um grupo de deputados do PP se rebelou contra a indicação do ex-coronel da Rota Ricardo de Mello Araújo como vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A indicação foi feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como condição para apoiar o emedebista. O entorno de Nunes resiste, mas a entrada de Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB) na disputa aumentou a pressão para o prefeito aceitar a indicação, o que ainda não ocorreu.

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O deputado estadual Delegado Olim (PP) disse ao Estadão que há risco de Nunes perder o apoio do PP e, consequentemente, o tempo de televisão, que ele estima ser de dois minutos. Caso o partido permaneça com o prefeito, ele ameaça não fazer campanha para Nunes se o vice for o ex-coronel da Rota.

"Eu não subo em palanque se ele escolher esse cara aí. Esse cara foi um péssimo administrador no Ceagesp, foi uma merda como PM e agora vai colocar ele de vice-prefeito? Não falta mais nada, né? Manda o Bolsonaro acordar. Ele acaba atrapalhando ao invés de ajudar", disse Olim. Araújo foi diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) durante o governo Bolsonaro.

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Olim vai se reunir com o secretário de Governo de São Paulo, Edson Aparecido, na quarta-feira, 12, e diz que pedirá para falar com Nunes para expor sua opinião. "Ninguém no PP é a favor desse cara. Ninguém quer que o vice seja nosso também, não, pode pôr qualquer um. Esse cara não dá. Agora, se ele insistir, o Bolsonaro, fica com eles então, vai, corre atrás de dois minutos de televisão aí, que é o que nós temos".

Presidente municipal, o deputado federal Fausto Pinato (PP) critica a forma como a indicação é debatida e avalia que, em um cenário de empate técnico entre Nunes e Guilherme Boulos (PSOL) é preciso fazer acenos aos moderados.

"Eu tenho certeza que se a vice do Bolsonaro fosse a Tereza Cristina, o resultado teria sido outro", disse ele, em menção à eleição presidencial de 2022. "Nós precisamos buscar o moderado de centro e de centro-direita. O apoio do presidente é importante? Muito, desde que ele tenha poder de veto. São muitos partidos, nós, Republicanos, União Brasil, que estiveram com Bolsonaro. Por que não preferir uma composição harmônica?".

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Pinato diz que "tudo é possível" ao ser questionado sobre a possibilidade do PP desembarcar da campanha de Nunes e defende que o vice seja escolhido com base em uma pesquisa eleitoral que aponte qual é o melhor perfil. "Eu não sei se tem que ser um coronel, delegado, uma mulher", declarou.

O deputado federal Coronel Telhada (PP) diz que a indicação do ex-coronel da Rota é "um pouco polêmica" porque todos os partidos têm esperança em indicar o vice, mas adotou postura diferente dos colegas. "Em particular, eu tenho amizade com o coronel Mello Araújo. Acho ele muito competente e capaz de assumir qualquer função. Então falar que eu estou descontente seria mentira. Sinceramente, pra mim é um bom nome", declarou.

Ele também minimizou a possibilidade do PP deixar de apoiar Ricardo Nunes caso o prefeito aceite a indicação de Bolsonaro. Segundo Telhada, é "muito difícil" que isso ocorra porque o acordo entre o partido e o chefe do Executivo não previa a indicação do vice. Contudo, apontou que outro caminho contemplaria melhor o PP.

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"O partido entende que o ideal é que fosse uma indicação política de alguém que já estivesse no meio político porque agregaria votos. Você pega, por exemplo, o delegado Olim, que tem mais de 200 mil votos. Se o nome dele fosse o nome indicado, por exemplo, não que ele tenha essa pretensão, estou falando um nome que eu lembro que tem bastante voto, como o (deputado federal) Bruno Lima, com 400 mil votos. De cara você já teria uma agregação", explica Telhada.

Quando fechou acordo para apoiar o prefeito, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, levou uma lista com quatro nomes que o partido poderia indicar para a vice. Além de Mello Araújo, foram citados a vereadora Sonaira Fernandes (PL), o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos) e a delegada Raquel Galinatti (PL). O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, também pleiteia a vaga.

Como mostrou o Estadão, o governador Tarcísio de Freitas expressou preferência por Sonaira nos bastidores e o próprio Bolsonaro chegou a orientá-la a ficar de prontidão. Porém, com a entrada de Marçal e Datena, Tarcísio defendeu nesta segunda-feira, 10, que o escolhido seja Mello Araújo.

"Até pela mudança no cenário, é importante fazer esse acerto o mais rápido possível. Estaremos junto com o coronel Ricardo de Mello Araújo e com o Ricardo Nunes", declarou durante coletiva de imprensa em Taboão da Serra.

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