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Gleisi: Pacheco 'faz um serviço à extrema direita' ao bancar PEC que limita o STF

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou nesta terça-feira, 24, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e disse que ele "faz um serviço à extrema direita" ao bancar o avanço de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita

Iander Porcella e Giordanna Neves (via Agência Estado)

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Escrito por Iander Porcella e Giordanna Neves (via Agência Estado)
Publicado em 24.10.2023, 19:54:00 Editado em 24.10.2023, 19:59:23
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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou nesta terça-feira, 24, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e disse que ele "faz um serviço à extrema direita" ao bancar o avanço de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita poderes do Supremo Tribunal Federal (STF). Em meio a atritos entre o Legislativo e o Judiciário, o senador tem feito acenos a grupos conservadores do Congresso que veem ativismo em decisões da Corte.

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"Precisamos sim que os Poderes da República atuem em harmonia, mas a PEC 08, que entra em pauta no Senado, limitando o alcance de decisões do STF não é um bom caminho para este objetivo. Especialmente numa conjuntura em que o Supremo vem tendo papel destacado na defesa da Democracia", escreveu Gleisi, na rede social X (antigo Twitter).

"A busca da harmonia se dá pelo diálogo e o fortalecimento dos poderes, pelo exercício cotidiano do papel constitucional de cada um. A maneira açodada com que a PEC 08 vem tramitando parece retaliação que diminui o Senado. Infelizmente o senador Rodrigo Pacheco está fazendo um serviço para a extrema direita", emendou a presidente do PT.

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A PEC que limita decisões monocráticas e pedidos de vista dos ministros do Supremo entrou nesta semana na pauta do plenário do Senado, após ter sido aprovada de forma relâmpago na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa no começo do mês.

O estopim para o movimento de protesto contra o STF no Congresso foi a decisão da Corte de derrubar, em setembro, o marco temporal para a demarcação de terras indígenas, tese apoiada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Dias depois, o Senado aprovou um projeto que contraria a decisão do Supremo. Esse texto já havia passado pela Câmara e foi para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista vetou o trecho principal na última sexta-feira, 20, mas manteve algumas medidas adicionais que haviam sido aprovadas.

Além de encampar o projeto que contraria a Corte sobre o marco temporal, deputados e senadores resgataram uma série de PECs que limitam os poderes da maior instância do Judiciário brasileiro. Pacheco, tido até então como aliado do Supremo, passou a defender publicamente a definição de mandatos com prazo fixo para os integrantes do Tribunal.

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O pano de fundo do atrito entre Judiciário e Legislativo ainda teve o avanço, no STF, de julgamentos para descriminalizar o aborto até 12 semanas de gestação e legalizar o uso recreativo da maconha, com uma diferenciação entre usuário e traficante com base na quantidade da droga. Essas pautas foram aceleradas pela ex-ministra Rosa Weber, que se aposentou em setembro.

A própria Gleisi se envolveu recentemente em uma polêmica com o Judiciário. Durante audiência em uma comissão da Câmara, a presidente do PT disse que a própria existência da Justiça Eleitoral era um "absurdo" ao criticar a aplicação de multas a partidos políticos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Presidente da Corte, o ministro Alexandre de Moraes rebateu as declarações da petista, consideradas por ele como "errôneas e falsas".

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