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Exército e Marinha também contrataram empresa que ofereceu software de espionagem para Abin

O Exército e a Marinha também contrataram a empresa que ofereceu a ferramenta israelense usada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no governo de Jair Bolsonaro, para monitorar jornalistas, políticos e até ministros do Supremo Tribunal Federal

Vinícius Valfré (via Agência Estado)

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Escrito por Vinícius Valfré (via Agência Estado)
Publicado em 20.10.2023, 20:14:00 Editado em 20.10.2023, 20:19:40
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O Exército e a Marinha também contrataram a empresa que ofereceu a ferramenta israelense usada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no governo de Jair Bolsonaro, para monitorar jornalistas, políticos e até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os contratos mais recentes, firmados com dispensa de licitação, foram fechados em 2018 e 2019, conforme registros públicos. No caso do Exército, o acordo se deu por meio do escritório de Washington - um mecanismo de compras que está sob cujas compras estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU). O Exército pagou US$ 10,7 milhões à Verint Systems LTD para "ampliação da plataforma Verint de Inteligência" pelo período entre 23 de outubro de 2018 a 30 de março de 2022. Era uma aquisição atrelada à base do Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército. Já o Comando da Marinha fez a compra por meio do seu Centro de Inteligência e pagou US$ 200 mil para "contratação de serviços referentes à aquisição tecnológica do sistema Verint". O acordo também se deu por inexigência de licitação e não tem detalhes divulgados. A jornalista Malu Gaspar, do jornal

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O Globo

, publicou que a Polícia Federal tem indícios de que o Exército contratou o mesmo sistema usado pela Abin para monitorar alvos de interesse de Bolsonaro. Ainda não há informações oficiais sobre qual foi o contrato em que o acesso ao sistema foi entregue aos militares, nem como teria se dado um eventual uso indevido da tecnologia. Tanto o Exército como a Marinha foram procurados para se manifestarem sobre o contrato. Em nota, o Exército disse que não poderia responder às perguntas feitas pelo

Estadão

porque, conforme a Lei de Acesso à Informação, são consideradas sigilosas informações que afetam "áreas de interesse estratégico nacional" e podem "pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades". A Marinha ainda não se manifestou. O contrato da Abin, com dispensa de licitação, para o uso do software de localização, chamado First Mile, teve início no fim de 2018, no governo de Michel Temer (MDB). O programa foi comprado por R$ 5,7 milhões da empresa israelense Cognyte (atual nome da Verint), de acordo com o MPF.

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