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Ex-ministro da Saúde diz no STF que não ouviu plano de golpe e consolou Bolsonaro pela derrota

O ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 26, que consolou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia seguinte à derrota contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 e n

Levy Teles (via Agência Estado)

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Escrito por Levy Teles (via Agência Estado)
Publicado em 26.05.2025, 18:34:00 Editado em 26.05.2025, 18:40:02
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O ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 26, que consolou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia seguinte à derrota contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 e negou ter sido procurado por pessoas do governo para falar de uma tentativa de golpe de Estado.

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Nesse encontro, relatou Queiroga, ele lembrou das derrotas de Richard Nixon e Jimmy Carter enquanto presidentes dos Estados Unidos, e que se mantiveram politicamente relevantes depois.

"Estive com Bolsonaro na segunda-feira logo após as eleições, talvez o último dia que ele foi para o Palácio do Planalto. Naturalmente ele estava muito triste, como estávamos", afirmou Queiroga. "Lembrei ao presidente de exemplo como o presidente Nixon que teve que renunciar a presidência dos Estados Unidos, e Jimmy Carter que não foi eleito e tiveram maior protagonismo político depois."

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Queiroga participou da audiência como testemunha do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e do ex-ministro Walter Braga Netto no processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado.

Nessa audiência, Queiroga defendeu as declarações de Bolsonaro em reunião ministerial de julho de 2022 que veio a público posteriormente. Naquele encontro, o ex-presidente pediu a união da Controladoria-Geral da União, das Forças Armadas e da Polícia Federal para "fiscalizar" as urnas eletrônicas.

"Aquilo ali era uma fala de liderança política muito assertiva e afirmativa dentro do padrão que ele fazia em outras ocasiões até mesmo publicamente", afirmou Queiroga.

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Heleno, nesse mesmo dia, sugeriu "montar um sistema para acompanhar os dois lados", incluindo Lula. "O problema todo disso é se vazar", afirmou Heleno. "Não tem VAR nas eleições. Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito, tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições."

Queiroga também disse que teve repetidos encontros com Heleno e com Braga Netto durante o ano de 2022. "(Eu e Braga Netto) nos encontrávamos porque desejávamos que Bolsonaro fosse reeleito e Braga Netto fosse vice-presidente", afirmou.

Nesse depoimento, Queiroga afirmou que fez o processo de transição para o governo Lula "como determina a legislação". "Recebi quatro ex-ministros: Humberto costa, (José Gomes) Temporão, Arthur Chioro e Alexandre Padilha e passamos", afirmou. "Me senti muito a vontade de passar essas preocupações com Padilha, pessoa que já tinha relacionamento institucional."

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Nesta segunda-feira, além de Queiroga, foram ouvidas outras testemunhas de Heleno, que trabalharam com ele no GSI ou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Todos eles negaram que o ex-ministro os tenham procurado oferecendo algum plano de golpe de Estado e disseram que a Abin era um órgão apartidário.

"O GSI é apolítico e apartidário", afirmou Amilton Coutinho Ramos, que atuou como assessor especial de comunicação do GSI. "É sabido que o general Heleno é a favor do voto impresso, mas ele acatou a decisão do Congresso Nacional e o resultado das eleições.

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Nesta semana serão ainda ouvidas testemunhas do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e de Bolsonaro. Estão, entre eles, ex-ministros daquele governo, senadores da República, servidores que trabalharam no Palácio do Planalto e até o médico do ex-presidente.

Na terça-feira, 27, participará da audiência o ex-ministro da Educação na última parte do governo Bolsonaro, Victor Godoy, além de funcionários que ocuparam função na Polícia Federal e na Polícia Federal durante a gestão do ex-presidente.

Na quinta-feira, 29, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, o ex-advogado-geral da União Bruno Bianco, o ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Wagner Rosário, o ex-chefe de gabinete de Bolsonaro Celio Faria, o ex-ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida estão entre os participantes.

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Irão depor, na sexta-feira, 30, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, os senadores Ciro Nogueira (PP-PI, esse também como testemunha de Bolsonaro e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira), Espiridião Amin (PP-SC), Eduardo Girão (Novo-SC), e o deputado federal Sanderson (PL-RS). Todos testemunhas de Anderson Torres.

Outras testemunhas escolhidas por Bolsonaro irão falar na audiência nesse mesmo dia. São eles:

- Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo,

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- Gilson Machado, ex-ministro do Turismo

- Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde e deputado federal

- Ricardo Camarinha, médico de Bolsonaro

- Renato França, subchefe de assuntos jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro

- Jonathas Assunção Salvador Nery, ex-membro do conselho de administração da Petrobras, indicado por Bolsonaro

- Giuseppe Dutra Janino, ex-secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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