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Ex-deputado tucano é citado em investigação sobre desvios na saúde

A investigação sobre a máfia das Organizações Sociais da Saúde encontrou anotações sobre supostos pagamentos ao advogado Devair José da Silva Junior, o Raposão, funcionário da prefeitura de Barueri, na Grande São Paulo. Em papéis apreendidos com integrant

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.02.2022, 08:13:00 Editado em 16.02.2022, 08:20:26
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A investigação sobre a máfia das Organizações Sociais da Saúde encontrou anotações sobre supostos pagamentos ao advogado Devair José da Silva Junior, o Raposão, funcionário da prefeitura de Barueri, na Grande São Paulo. Em papéis apreendidos com integrantes da organização criminosa que teria desviado cerca de R$ 500 milhões da saúde foram achadas descrições de pagamentos de R$ 70 mil, R$ 50 mil e R$ 15 mil ao lado do nome Raposão.

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Na época dos fatos, em 2019, Raposão trabalhava com o então secretário de Governo da cidade, Geraldo Vinholi, um ex-deputado estadual do PSDB, o que despertou a atenção dos investigadores da Operação Raio X. Vinholi foi flagrado mantendo contato com um suspeito de pertencer à organização criminosa liderada pelo médico Cleudson Garcia Montali. Vinholi pede ao alvo que entre em contato com o "advogado". Em outro telefonema, a secretária de Vinholi conversa com Cleudson. Ela diz que está ligando a pedido de Vinholi. Cleudson pergunta se ela tem WhatsApp e afirma que vai telefonar por meio do aplicativo.

O grupo de Cleudson pretendia obter a ajuda de Vinholi para desqualificar um concorrente e obter a administração do Hospital Estadual Professor Carlos da Silva Lacaz, em Francisco Morato, na Grande São Paulo. Durante as interceptações telefônicas da Operação Raio X, Cleudson foi flagrado dezenas de outras vezes mantendo contatos com três deputados estaduais, dois deputados federais, prefeitos, vereadores e com o médico Cláudio Luís França Gomes, irmão do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB).

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Os promotores apuram a suposta ligação do ex-governador com a organização liderada por Cleudson, condenado a penas que, somadas, chegam a 200 anos de prisão. Em outra frente da investigação, ela forneceu indícios para a busca feita no gabinete do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), em razão de fraudes nos hospitais durante o combate à covid-19. Ao todo, o grupo criminoso manteria contratos fraudulentos com 27 municípios em quatro Estados - São Paulo, Pará, Paraíba e Paraná.

O Estadão procurou Geraldo Vinholi. Ele confirmou que trabalhava com Raposão, mas negou ter prestado qualquer auxílio à organização criminosa. Disse que nenhuma das entidades relacionadas ao grupo do médico Cleudson venceu o chamamento público para administrar o hospital estadual. Também afirmou desconhecer o teor das conversas mantidas por Raposão com suspeitos de integrar a quadrilha.

Inquérito

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As citações a Raposão e a Vinholi fazem parte do evento 242 da investigação feita pela polícia, que resultou na Operação Raio X. Após a operação ter sido deflagrada, a apuração envolvendo Barueri - cidade administrada pelo PSDB - foi repassada à Delegacia Seccional de Carapicuíba, na Grande São Paulo. O Estadão apurou com a Polícia Civil e com o Ministério Público Estadual que o caso de Barueri é alvo de inquérito.

Em uma das ligações interceptadas pela Delegacia Seccional de Araçatuba, onde toda a operação se originou, Devair José da Silva Junior teria recebido uma mensagem na qual o grupo combinaria o pagamento de "350/mês" para a "primeira assinatura". A polícia quer verificar se a movimentação bancária de Raposão registra os supostos pagamentos identificados pela organização criminosa. A reportagem procurou Silva Junior na prefeitura de Barueri, mas não conseguiu localizá-lo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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