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Ex-comandante do Exército presta depoimento de 8 horas sobre tentativa de golpe

O ex-comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes prestou um depoimento de quase oito horas na sede da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 1º. O ex-comandante foi ouvido como testemunha no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Est

Gabriel de Sousa e Pepita Ortega (via Agência Estado)

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Escrito por Gabriel de Sousa e Pepita Ortega (via Agência Estado)
Publicado em 02.03.2024, 15:06:00 Editado em 02.03.2024, 15:11:03
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O ex-comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes prestou um depoimento de quase oito horas na sede da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 1º. O ex-comandante foi ouvido como testemunha no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado por parte de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições de 2022.

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O general respondeu a todas as perguntas que foram feitas pelos policiais. Freire Gomes comandava o Exército em 2022, quando a cúpula do governo anterior planejava um golpe com a participação das Forças Armadas. A oitiva terminou depois das 22h.

De acordo com o relatório do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que ordenou a deflagração da Operação Tempus Veritatis da PF no último dia 8, aliados de Bolsonaro tentaram convencer Freire Gomes a botar as tropas do Exército na rua e aderir ao golpe.

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Em uma conversa do celular do ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid que foi interceptada pela PF, Freire Gomes conversa com o auxiliar de Bolsonaro sobre uma minuta golpista que teria sido redigida e ajustada pelo ex-presidente.

A versão inicial do rascunho previa, além de novas eleições, a prisão de autoridades, como os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo a Polícia Federal, por sugestão de Bolsonaro, apenas o decreto de prisão de Moraes foi mantido.

Freire Gomes foi chamado de 'cagão' por Walter Braga Netto

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Em outra conversa interceptada pela PF, Freire Gomes é chamado de "cagão" pelo general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e companheiro de chapa de Bolsonaro em 2022, por não ter aceitado participar da intentona antidemocrática. A troca de mensagens mostrou que Braga Netto teria liderado uma campanha velada, mas agressiva, contra oficiais que se mostraram contrários ao plano de golpe.

As mensagens foram trocadas entre Braga Netto e o capitão reformado do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros. O ex-ministro afirma que a "culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do general Freire Gomes" e que a "omissão e indecisão não cabem a um combatente". Ailton responde que vai "continuar na pressão" contra o ex-comandante e o vice de Bolsonaro responde: "Oferece a cabeça dele. Cagão."

Na conversa, Braga Netto também atacou o tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, na época era comandante da Aeronáutica, chamando-o de "traidor da pátria". "Inferniza a vida dele e da família", orienta o ministro.

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Freire Gomes impediu desmobilização do acampamento bolsonarista em Brasília antes do 8 de Janeiro

Uma semana antes dos atos golpistas de 8 de Janeiro, o ex-comandante impediu a desmobilização do acampamento bolsonarista que foi formado na frente do Quartel-General do Exército, em Brasília. Foi do local onde os vândalos marcharam para depredar os prédios públicos da Praça dos Três Poderes.

A ordem para não desmobilizar o acampamento foi dada por Freire Gomes no dia 29 de dezembro de 2022, dois dias antes da posse de Lula. O general justificou aos seus subordinados que, se houvesse um tumulto, ninguém saberia qual seria a reação de Bolsonaro, que estava prestes a deixar o Palácio do Planalto.

O então comandante militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, havia dado uma ordem para desmontar o acampamento e pediu um reforço para a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Porém, Dutra não avisou Freire Gomes, pois acreditava que ele iria barrar a iniciativa.

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