Enquanto o PT e o próprio prefeito Paulo Serra (PSDB) postergam a escolha de seus candidatos ao comando de Santo André, no ABC Paulista, outros partidos já buscam alianças e até começam a preparar programas de governo para as eleições de 2024. A fila é puxada pelo vice-prefeito Luiz Zacarias (PL) e pelo vereador Eduardo Leite (PSB).
Apesar de ainda não ter se filiado oficialmente, Leite assumiu o controle do diretório municipal do PSB e começou a debater a disputa do ano que vem com representantes locais e nacionais da sigla, como o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.
Além dele, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também tem participado ativamente das negociações feitas pelo PSB em busca de novos quadros. O partido caminha para ter candidato próprio também na vizinha São Bernardo do Campo.
A influência dos caciques do PSB ajudou na saída consensual de Leite do PT, após 30 anos de filiação. Mas, de acordo com o vereador, a carta de anuência concedida pelos petistas - que o liberou sem exigir seu mandato - não é acompanhada de nenhum acordo eleitoral para 2024. "É claro que existe uma grande identidade e afinidade entre o meu grupo político e o Partido dos Trabalhadores, mas não tivemos nenhuma conversa sobre 2024. Não chegamos a essa etapa, mas a minha disposição de concorrer é clara", afirmou.
Semanalmente, o Estadão mostra como está o "esquenta" na corrida pelas principais prefeituras do Estado. A série teve início com São Paulo, a maior e mais rica cidade do País, com orçamento previsto de R$ 107,3 bilhões para 2024.
Em Santo André, os petistas ainda não definiram um nome para lançar. Segundo o Estadão apurou, as opções apresentadas até aqui são de dois velhos conhecidos da população: o ex-prefeito Carlos Grana e a ex-primeira-dama Beth Siraque. Ambos, porém, teriam dificuldades num cenário político ainda adverso para o PT na cidade. Em 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não venceu em Santo André, alcançando 47,87% dos votos.
Sondagem
A preferência do eleitorado municipal pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o que anima Zacarias, que espera ter nesse segmento um impulso para levá-lo ao segundo turno. Pesquisas feitas localmente colocam o vice momentaneamente na liderança, mas, segundo analistas, isso ocorre porque Paulo Serra ainda não apresentou seu candidato à sucessão. Zacarias está na lista de opções, mas outros nomes levam vantagem nessa disputa, como o vereador Pedro Botaro (PSDB), ex-líder do governo na Casa e atual secretário de Ações Governamentais.
Ao assumir o posto, em março deste ano, o tucano já discursou sobre a "proximidade" com o prefeito. "Estar dentro do governo é muito positivo para mim porque estarei mais próximo daquilo que ajudei a fazer estando fora. O objetivo maior é fazer uma integração entre as secretarias e ser uma voz do prefeito", afirmou Botaro, que, além de Zacarias, tem como concorrente pela vaga de candidato do governo seu colega Edson Sardano (PSD).
Coronel reformado da Polícia Militar, Sardano já atuou como secretário de Segurança Cidadã na gestão Serra. Mas, sem apoio, pode migrar para o Novo, que busca opções nos principais municípios do Estado. A lista atual de nomes governistas inclui ainda o secretário de Educação, Almir Cicote.
Perfil
A aliados, Serra tem dito que, antes de apoiar publicamente um nome, está definindo qual o perfil ideal do candidato para concorrer no próximo ano, se técnico ou político. Apesar de ser um município rico, com orçamento estimado de R$ 4,8 bilhões para 2024, o tamanho da população impõe desafios complexos em todas as áreas, especialmente moradia e emprego.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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