O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou nas últimas semanas uma série de agendas dedicadas às Forças Armadas numa tentativa de se reaproximar dos oficiais e das tropas por eles comandadas. Nesta terça-feira, 4, Lula receberá no Salão Nobre do Palácio do Planalto 56 militares promovidos ao posto de general por seu governo.
A cerimônia de apresentação dos oficiais generais acontece três vezes por ano, mas esta será a primeira no governo Lula. O presidente promoveu os militares no último dia 31 de março e agora deve recebê-los ao lado de suas respectivas famílias num gesto de prestígio à carreira. O evento nesta terça-feira ainda contará com a presença do ministro da Defesa, José Múcio, e dos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica. O encontro está marcado para as 16h.
O périplo de Lula pelas Três Forças para prestigiar os militares começou no dia 15 de março, quando o presidente visitou o comando da Marinha e almoçou com os oficiais da Força marítima depois de ter passado as tropas em revista. No encontro, o presidente tratou com os almirantes a situação orçamentária da Força.
Oito dias após a reunião com os oficiais da Marinha, Lula visitou o complexo naval em Itaguaí (RJ), onde são feitas as pesquisas do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub). Ao lado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, ele posou para fotos com marinheiros e disse que investimentos em defesa fortalecem a economia, no que foi considerado mais um gesto de valorização às três Forças.
Crise
A relação do governo Lula com os militares começou fragilizada pela atuação do ex-comandante do Exército Júlio César de Arruda após a crise dos acampamentos golpistas em frentes aos quartéis em todo o País. O general se recusou a ordenar a desmontagem do acampamento em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. As instalações acabaram funcionando como ponto de concentração dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que participaram da tentativa de golpe em 8 de janeiro ao invadir as sedes dos Três Poderes.
Lula, então, decidiu substituí-lo pelo general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. Até aquele momento, o presidente havia adotado o critério de antiguidade no serviço militar para fazer as nomeações dos comandantes das Forças Armadas em seu governo. Tomás Paiva se credenciou ao posto de comando pelas falas legalistas em defesa da democracia, mas teve sua relação com o Palácio do Planalto estremecida após vazar áudios em que descreveu como "indesejada" a vitória de Lula nas eleições do ano passado.
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