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Dino batiza de 'emenda pizza' divisão de recursos no Congresso

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino batizou de "emenda pizza" um dos mecanismos que estão sendo utilizados pelo Congresso Nacional e o Palácio do Planalto para substituir o orçamento secreto. Em decisão nesta segunda-feira, 17, Dino c

Gabriel de Sousa (via Agência Estado)

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Escrito por Gabriel de Sousa (via Agência Estado)
Publicado em 17.06.2024, 16:54:00 Editado em 17.06.2024, 16:59:46
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino batizou de "emenda pizza" um dos mecanismos que estão sendo utilizados pelo Congresso Nacional e o Palácio do Planalto para substituir o orçamento secreto. Em decisão nesta segunda-feira, 17, Dino convocou uma conciliação entre o Legislativo e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar do "cumprimento integral" da decisão da Corte que derrubou o repasse irregular de verbas.

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De acordo com Dino, mesmo com a decisão da Corte, em dezembro de 2022, a distribuição de recursos parlamentares sem transparência continuou ocorrendo entre o Executivo e o Legislativo. O ministro listou que as verbas recebem "embalagens" diferentes da usada no orçamento secreto, sendo elas: "RP 2, RP 8 e "emendas pizza". O esquema do orçamento secreto foi revelado pelo Estadão.

"Fica evidenciado que não importa a embalagem ou o rótulo (RP 2, RP 8, "emendas pizza" etc.). A mera mudança de nomenclatura não constitucionaliza uma prática classificada como inconstitucional pelo STF, qual seja, a do 'orçamento secreto", afirmou Dino na decisão.

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Essa é a primeira vez que o Judiciário usa o termo "emenda pizza" em decisões sobre emendas parlamentares. O termo sugere que as verbas estão sendo "divididas em fatias" e entregues para os partidos.

Como mostrou o Estadão, o governo, a meses das eleições municipais, segue distribuindo recursos para aliados no Congresso, sem transparência, repetindo mecanismo que marcou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Não há dúvida de que os Poderes Legislativo e Executivo são revestidos de larga discricionariedade quanto ao destino dos recursos orçamentários, o que não exclui o dever de observância aos princípios e procedimentos constantes da Constituição Federal - entre os quais os postulados da publicidade e da eficiência. Sem eles, abrem-se caminhos trevosos conducentes a múltiplas formas de responsabilização, que se busca prevenir com a decisão ora proferida", escreveu Dino.

A audiência de conciliação está marcada para às 10 horas do dia 1º de agosto deste ano. Além de Dino, que vai conduzir a reunião, vão participar da oitiva o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, as chefias das advocacias da Câmara e do Senado e o advogado do PSOL (partido autor da ação que culminou na proibição do orçamento secreto em 2022).

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