Um grupo de parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 31, um requerimento à Corte para que investigue criminalmente o deputado federal André Janones (Avante-MG) pela suposta disseminação proposital de notícias falsas durante as eleições, com o objetivo de prejudicar a campanha do ex-presidente. Liderados pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), eles acusam Janones de ter praticado o crime do artigo 323 do Código Eleitoral, que estabelece como delito o ato de "divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado". A pena prevista é de dois meses a um ano de detenção, mais multa. O fundamento do pedido é uma notícia divulgada a respeito do livro que Janones ainda vai lançar, chamado "Janonismo Cultural: O uso das redes sociais e a batalha pela democracia no Brasil". A reportagem mencionada pelos deputados diz que ele teria admitido na obra que mentiu de propósito e disseminou fake news para "desestabilizar" Bolsonaro antes de um dos debates das eleições de 2022. "Entre os episódios nos quais reconhece que compartilhou conteúdo falso, o parlamentar (Janones) cita, por exemplo, as menções a um celular do ex-ministro Gustavo Bebianno, morto em março de 2020, e a fake news de que Fernando Collor ganharia um lugar na Esplanada em caso de vitória bolsonarista", diz o texto da representação. O livro vai ser lançado dia 20 de novembro. A maioria dos signatários da petição pertence ao PL. Além do delegado, estão na lista o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (SP), Carla Zambelli (SP), Marcos Pollon (MS), Gustavo Gayer (GO), Nikolas Ferreira (MG) e Luiz Philippe De Orleans Bragança (SP). Também há deputados do Podemos, do Republicanos, do MDB, do União Brasil e do PSD. Os deputados pedem que o Supremo receba a representação e a envie para a Procuradoria-Geral da República (PGR), para abertura de inquérito contra Janones. Procurado através da sua assessoria, o deputado mineiro alvo do pedido não se manifestou. Até o momento, o STF não deliberou sobre o pedido. No último sábado, 28, Janones usou as redes sociais para se manifestar sobre a notícia que os deputados bolsonaristas usam para fazer o pedido de investigação. Ele chamou a reportagem de "mentira deslavada" e negou o crime de que é acusado. "Na matéria, em si, não existe menção a qualquer página do livro, nem tampouco uma fala minha entre aspas, onde eu teria dito que fiz uso de fake news", disse o mineiro. Em entrevista ao site Poder 360, Janones admitiu, no entanto, fazer "manipulação de informações". E alegou que isso é diferente de divulgar fake news.
Paulo Bilynskyj (PL-SP) Marcos Pollon (PL-MS) Carla Zambelli (PL-SP) Mauricio Marcon (Podemos-RS) Fred Linhares (Republicanos-DF) André Fernandes (PL-CE) Gilvan da Federal (PL-ES) Daniela Reinehr (PL-SC) Coronel Meira (PL-PE) Mário Frias (PL-SP) Amália Barros (PL-MT) Sargento Fahur (PSD-RR) Sargento Gonçalves (PL-RN) Silvia Waiãpi (PL-AP) Bibo Nunes (PL-RS) Carlos Jordy (PL-RJ) Ubiratan Sanderson (PL-RS) Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) Evair Vieira De Melo (PP-ES) Filipe Barros (PL-PR) Bia Kicis (PL-DF) Messias Donato (Republicanos-ES) Junio Amaral (PL-MG) Luiz Lima (PL-RJ) Rodolfo Oliveira Nogueira (PL-MS) Zé Trovão (PL-SC) Domingos Sávio (PL-MG) General Girão (PL-RN) Coronel Telhada (PP-SP) Gustavo Gayer (PL-GO) José Medeiros (PL-MT) Nikolas Ferreira (PL-MG) Eduardo Bolsonaro (PL-SP) Caroline de Toni (PL-SC) Helio Lopes (PL-RJ) Luiz Philippe De Orleans Bragança (PL-SP) Adilson Barroso Oliveira (PL-SP) Capitão Alden (PL-BA) Pezenti (MDB-SC) Alberto Fraga (PL-DF) Pastor Eurico (PL-PE)
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