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Deputados esvaziam Conselho de Ética da Alesp e discussão sobre cassação de Lucas Bove é adiada

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Os deputados estaduais aliados de Lucas Bove (PL-SP), réu por violência doméstica contra a ex-mulher, faltaram à sessão do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) da manhã desta terça-feira, 9. Com isso, a discussão sobre o desarquivamento do processo de cassação de Bove foi adiada. Na pauta do conselho também estavam representações contra deputadas do PSOL.

A sessão do conselho, que havia sido convocada na sexta-feira, 5, nem chegou a ser aberta por falta de quórum - foram apenas três dos oito integrantes. Compareceram o presidente Delegado Olim (PP) e os membros Paula da Bancada Feminista (PSOL) e Emídio de Souza (PT). Os deputados Altair Moraes (Republicanos), Rafael Saraiva (União Brasil), Eduardo Nóbrega (Podemos), Oséias Madureira (PSD) e Dirceu Dalben (Cidadania) não foram à reunião.

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Uma nova convocação poderá ser feita para a próxima terça-feira, 16, última possibilidade de data antes do início do recesso parlamentar. Ao Estadão, o deputado Emídio de Souza disse acreditar que a discussão ocorra somente no ano que vem. "É um assunto indigesto. Estamos vendo o aumento da violência contra a mulher, as manifestações. Não querem esse assunto agora (no conselho)", afirmou.

Manifestantes compareceram ao prédio da Alesp nesta terça-feira após convocação de deputadas do PSOL. Dos cinco itens da pauta do conselho, dois eram representações de Bove contra as deputadas Paula da Bancada Feminista e Mônica Seixas do Movimento Pretas, por quebra de decoro parlamentar. Outras duas representações eram contra Bove e a última era contra Guto Zacarias (União Brasil) - todas por quebra de decoro.

Em nota, o PSOL de São Paulo defendeu o mandato das deputadas, que, segundo o partido, estão sendo "perseguidas covardemente na Alesp por denunciarem o agressor de mulheres Lucas Bove, do PL, que aterrorizou violentamente a vida da sua ex". O partido afirmou ainda que, "com a escalada de feminicídios, é urgente que as vozes das mulheres se ergam em denúncia contra o machismo e a violência política de gênero".

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Processo arquivado

Em agosto deste ano, o Conselho de Ética rejeitou, por 6 votos a 1, a representação que poderia levar à cassação do mandato do deputado Lucas Bove. À época, ele ainda era investigado pela Polícia Civil após denúncias da ex-mulher, a influenciadora Cíntia Chagas. Bove sempre negou as acusações e as classificou como falsas.

Na votação para o arquivamento do processo, o único voto favorável ao recebimento da representação foi o da deputada Ediane Maria (PSOL). Os deputados Oseias de Madureira (PSD), Carlos Cezar (PL), Dirceu Dalben (Cidadania), Eduardo Nóbrega (Podemos), Rafael Saraiva (União Brasil) e Delegado Olim (PP) votaram contra.

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Durante aquela sessão, Bove afirmou que não pretendia se defender da representação, pois o caso tramita em segredo de Justiça. O Estadão tenta contato com o deputado sobre a sessão desta terça-feira, 9.

Denúncia contra Bove

No início de novembro, o deputado do PL se tornou réu pelos crimes de violência doméstica, psicológica, ameaça e perseguição contra a sua ex-mulher. A denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) foi aceita pelo juiz Felipe Pombo Rodriguez, da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

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Na decisão que aceita a denúncia, à qual o Estadão teve acesso, o magistrado negou o pedido de prisão preventiva do deputado por entender que as violações às medidas impostas pela Justiça se limitaram ao "meio digital, sem notícia recente de aproximação física, ameaça direta atual ou risco imediato à integridade física da vítima".

Apesar disso, o juiz aplicou multa de R$ 50 mil ao deputado, valor que será revertido para a vítima, pelo descumprimento de medidas protetivas.

Cíntia registrou um boletim de ocorrência acusando o ex-marido de violência psicológica e ameaça em 4 de setembro de 2024. Ela relatou que estava em um relacionamento abusivo, que sofria com ciúmes, possessividade e controle do deputado estadual do PL.

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O casal havia se separado um mês antes, em agosto de 2024. Cíntia tem 7,6 milhões de seguidores no Instagram, onde é famosa principalmente por dar dicas de etiqueta. Também autora de livros, a influenciadora "furou a bolha" quando polemizou ao dizer que a mulher precisa se submeter ao homem.

Na denúncia, oferecida à Justiça em 23 de outubro deste ano, a promotora Fernanda Raspantini Pellegrino afirmou que Bove é acusado por crimes praticados durante e após o relacionamento com Cíntia. A denúncia descreve uma escalada de violência física, moral e emocional, entre 2022 e 2025.

O texto cita episódios em que ele teria beliscado e apertado o corpo da vítima, inclusive na presença de outras pessoas, enquanto fumava "maconha". Segundo a denúncia, o deputado também teria apontado uma arma de fogo em direção à ex, "como se fosse uma brincadeira", e até arremessado uma faca contra sua perna.

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Ainda de acordo com a denúncia, Bove também ameaçou "matá-la" caso descobrisse uma traição, e teria repetido as intimidações em mensagens enviadas a pessoas próximas. A promotora aponta que ele controlava as roupas, a rotina e as interações sociais da ex-mulher, exigindo provas de onde ela estava, restringindo viagens de trabalho e interferindo em campanhas publicitárias.

Conforme laudos psicológicos anexados, a vítima desenvolveu transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e passou a viver sob escolta e em veículo blindado por medo do ex-marido.

Após a aceitação da denúncia, a defesa de Lucas Bove reafirmou a inocência do deputado e disse que não cansará de ressaltar que Cíntia "continua a desrespeitar e descumprir as suas decisões restritivas, querendo criar suas falsas narrativas".

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"Não se perca de vista que esse mesmo enredo ocorreu quando a intitulada vítima acusou seu ex-companheiro, o qual acabou inocentado e indenizado porque se constatou que as acusações eram falsas", afirmaram os advogados.

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