O avanço significativo dos casos de dengue em Apucarana dominou as discussões na sessão ordinária desta quinta-feira do Legislativo Municipal. Vereadores, em sua maioria, consideram que a situação precisa ser controlada não somente pelo poder público, como também pela própria população que, conforme frisam, precisa fazer a sua parte.
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Dois requerimentos, inclusive, foram aprovados em plenário referentes à dengue, que em Apucarana já somam mais de 6,7 mil casos confirmados e quatro mortes.
Um requerimento do vereador Tiago Cordeiro de Lima (MDB) pede informações ao Ministério da Saúde sobre a distribuição de vacinas contra a dengue através do Plano Nacional de Imunização. O vereador questiona o motivo pelo qual Apucarana, que apresenta alto índice de contaminação da doença, não foi incluída nesta primeira etapa. Ele admite que só a vacina não é suficiente para resolver o problema, mas é uma forma de precaução.
Tiago Lima destacou o trabalho realizado pela administração municipal no combate à proliferação do mosquito da dengue e também em relação ao diagnóstico e tratamento da doença. Ele citou os mutirões de limpeza, a disponibilidade das UBS para atender aos possíveis casos de dengue, bem como a instalação de uma central da dengue no ginásio de esportes do Lagoão para dar agilidade aos atendimentos. No entanto, defendeu a necessidade de a população também colaborar no combate ao mosquito Aedes aegypti. “Essas toneladas de lixo que foram retiradas da cidade através dos mutirões de limpeza não são do município, são de particulares”, disse.
Um outro requerimento, de autoria do vereador Marcos da Vila Reis (PSD), pede informações ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) sobre a possibilidade de se fazer uma roçagem e limpeza em imóveis da antiga colônia do DER, onde muitas casas que eram ocupadas por funcionários hoje estão demolidas e abandonadas ao tempo. Segundo ele, tanto as poucas famílias que ainda moram naquela colônia como moradores do Jardim Curitiba apontam aquela área como foco de proliferação do mosquito da dengue e cobram providências do DER.
Quanto à questão das vacinas, Marcos da Vila Reis votou pela aprovação do requerimento de Tiago Lima, porém não acredita em resultados imediatos. “Para este ano de 2024 a vacina não vai nos salvar, o que vai salvar é cada um fazendo a sua parte”, afirmou o vereador, que também apontou bueiros cheios de garrafas e copos de água e margens de estradas e rodovias cheias de lixo e matagal como hospedeiras do mosquito transmissor.
“Tarefa de prevenção e combate é responsabilidade de todos”
O presidente da Câmara de Apucarana, vereador Luciano Molina (PL), defendeu a necessidade de toda a sociedade participar do processo de prevenção e combate ao mosquito da dengue. Segundo ele, a responsabilidade é de todos. É preciso que neste momento também haja união das forças políticas do município, ou sejam vereadores, deputados e poder público municipal nesta luta. “Todos nós temos que dar nossa colaboração para solução deste problema”, disse.
O mesmo disseram os vereadores Mário Felippe (PROS) e Toninho Garcia (União Brasil), reforçando que a tarefa de se manter a cidade limpa é responsabilidade de todos.
Já o vereador Lucas Leugi (PP) assinalou que não se pode culpar só a população sobre essa situação, explicando que desta maneira estaria se dizendo que a população de Apucarana “é porca”. O vereador Moisés Tavares (Cidadania) pediu que mais agentes de endemias sejam contratados pelo município para este trabalho contra a dengue.
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