O apresentador José Luiz Datena (PSDB) afirmou em nota divulgada na manhã desta segunda-feira, 16, que não defende o uso da violência e reconheceu que errou ao dar uma cadeirada em Pablo Marçal (PRTB) durante o debate da TV Cultura. O tucano, porém, disse que não se arrepende e que repetiria o gesto diante das agressões, verbais, do influenciador contra ele e outros candidatos. Datena também reafirmou a continuidade da sua candidatura.
O tucano foi expulso do debate por agredir Marçal após o candidato do PRTB citar uma denúncia de assédio sexual contra ele. Segundo Datena, a denúncia, arquivada pelo Ministério Público por falta de provas, foi um dos motivos da morte de sua sogra. Em seguida, Marçal insultou o adversário dizendo que ele "não era homem" para agredi-lo como havia ameaçado há duas semanas no debate da TV Gazeta.
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"Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade. As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas", disse Datena na nota divulgada nesta segunda-feira, 16.
Marçal disse em uma transmissão nas redes sociais que perdoa o apresentador pelo ato, mas reclamou que não recebeu solidariedade dos demais candidatos. O influenciador foi atendido no Hospital Sírio-Libanês, onde passou a noite e terá alta na manhã desta segunda-feira, quando seguirá para o Instituto Médico Legal.
A instituição não divulgou boletim médico, o que pode ocorrer somente com autorização do paciente. Na rede social, o ex-coach disse que sentiu dor ao respirar fundo e que sofreu uma fratura no sexto arco costal e uma pancada na mão direita.
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Datena disse ainda que errou, "mas de forma alguma" se arrepende. Ele declarou ainda que preferia que o episódio não tivesse ocorrido, mas diante das mesmas circunstâncias, "não deixaria de repetir o gesto", que chamou de "resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário".
"Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado", continuou Datena.
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A assessoria do PSDB também divulgou imagens de mensagens enviadas por Marçal a Datena. Segundo o jornalista, o influenciador pediu desculpas pelos ataques nos debates passados e tentou colocar um ponto final no desentendimento entre os dois, mas não mudou a postura, já que se referiu a ele como "jack", gíria utilizada nas cadeias para se referir a estupradores. "Oi Datena. Me perdoe pelas palavras pesadas com você", diz um contato que seria de Marçal.
"Continuarei a disputa pela Prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população", finalizou Datena.
Leia nota de Datena na íntegra:
"NOTA À IMPRENSA
Não defendo o uso da violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem.
Porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante debate promovido pela TV Cultura.
Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto.
Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz.
Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade.
As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas. Usando linguagem de marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio, agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário.
Errei, mas de forma alguma me arrependo. Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário.
Espero, com minha atitude, ter mostrado, de uma vez por todas, o risco que a candidatura de Pablo Marçal representa para a integridade das pessoas, para a nossa democracia e para a sobrevivência de milhões de cidadãos que dependem da atuação da prefeitura de São Paulo para ter uma vida menos indigna.
Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado.
Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população."
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