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Datafolha: maioria dos brasileiros vê Forças Armadas envolvidas em irregularidades de Bolsonaro

A maior parte dos brasileiros não crê na integridade das Forças Armadas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). É o que mostra uma pesquisa do Datafolha publicada neste sábado, 16. Segundo o levantamento, 61% dos brasileiros acredita que oficiais milita

Isabella Alonso Panho (via Agência Estado)

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Escrito por Isabella Alonso Panho (via Agência Estado)
Publicado em 16.09.2023, 15:30:00 Editado em 16.09.2023, 15:35:36
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A maior parte dos brasileiros não crê na integridade das Forças Armadas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). É o que mostra uma pesquisa do Datafolha publicada neste sábado, 16. Segundo o levantamento, 61% dos brasileiros acredita que oficiais militares estiveram envolvidos em alguma irregularidade na gestão passada. Um quarto dos entrevistados pensa o oposto e 14% não soube opinar. Um recorte da pesquisa questionou as pessoas que disseram conhecer o caso das joias sauditas, que representam 77% dos entrevistados. O ex-presidente e várias pessoas do seu entorno são suspeitos de articularem um esquema internacional de venda de joias e objetos de alto valor recebidos durante agendas oficiais e que seriam, portanto, bens da União. Dentro desse grupo da pesquisa (os que conhecem o caso das joias), o percentual que acredita que os militares estavam envolvidos sobe para 65%. Esse número sobe para 69% quando se olha para os mais ricos e para 70% entre os moradores da região Nordeste, que concentra estados que são redutos eleitorais do PT.

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Caso das joias e delação de Mauro Cid

O caso das joias sauditas foi revelado pelo

Estadão

em março e teve outros desdobramentos importantes em agosto. No dia 11 desse mês a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação que vasculhou endereços ligados a Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, ao pai do tenente-coronel Mauro Cid, general Mauro Cesar Lourena Cid e ao ex-ajudante de ordens Osmar Crivelatti. Todos são investigados de serem parte no esquema da venda de joias e artigos de luxo. Entre esses bens, está um relógio da marca Rolex cravejado de platina e diamantes, que foi recomprado por Wassef com recursos próprios para entregá-lo ao Tribunal de Contas da União (TCU). Outro objeto que teria sido vendido pelo grupo é uma estatueta de coqueiro, cujo reflexo do pai de Mauro Cid aparece nas fotos que ele mandou em uma conversa sobre a avaliação do objeto. O ex-ajudante de ordens Mauro Cesar Barbosa Cid é considerado uma peça central no caso. Ele foi preso no dia 3 de maio, quando a PF deflagrou uma operação em busca de provas para a investigação de fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro e sua filha Laura. O tenente-coronel foi incluído depois na investigação das joias sauditas. Ele deixou a prisão no sábado passado, 9, depois do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologar um acordo de delação premiada que Cid fez com a PF. Os termos desse acordo permanecem sob sigilo, mas, de acordo com a Revista Veja, ele teria confessado que entregou nas mãos de Bolsonaro dinheiro vivo oriundo da venda de joias. Tanto o pai, Mauro Cesar Lourena Cid, quanto o filho, Mauro Cesar Barbosa Cid, são militares, assim como o ex-ajudante de ordens Osmar Crivelatti.

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Cerco fechado

Depois do fim do governo Bolsonaro, o cerco tem se fechado em torno dos militares que se envolveram em seu governo. Há membros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica investigados e citados em apurações da Polícia Federal. Além dos envolvidos no caso das joias sauditas e na fraude dos cartões de vacinação, esta semana o vice de Bolsonaro na chapa das últimas eleições, general Walter Braga Netto, viu sua pré-candidatura à prefeitura do Rio em risco por causa de uma operação da Polícia Federal em um inquérito no qual ele figura como investigado. Apesar de citado, Braga Netto não foi alvo das buscas desta terça-feira, 12, no bojo de um inquérito que apura desvios de verbas públicas na compra de coletes balísticos durante a intervenção militar no Rio de Janeiro, que se deu no governo de Michel Temer (MDB). O general era o chefe do gabinete de intervenção e publicou uma nota nas redes sociais negando todas as acusações.

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