O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou nesta quarta-feira, 27, por 10 votos a 5, uma representação contra deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), acusado de importunar sexualmente a deputada Júlia Zanatta (PL-SC).
O episódio ocorreu em abril durante sessão da Comissão de Segurança Pública. À época, Júlia divulgou nas suas redes sociais uma sequência de fotos na qual Jerry parece abordá-la pelas costas, aproximando o rosto. O parlamentar sempre negou ter cometido qualquer crime.
A sessão desta quarta foi marcada por troca de insultos. Júlia disse que foi alvo de acusações de parlamentares do PCdoB. A parlamentar ainda chamou Jerry de covarde por não tê-la procurado. "Ele nunca pediu desculpas pelo acontecido e saiu me acusando. Ele e todos os deputados do PCdoB", afirmou a parlamentar. "O senhor é um covarde."
Em outro entrevero, a parlamentar, que se diz contra o feminismo, acusou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) de ser seletiva na defesa das mulheres. Zanatta disse que Feghali a chamou de "fascista".
Na representação, o PL afirmou que "Jerry se aproximou por trás de Zanatta, apoiando seu corpo contra o da colega deputada, posicionou seu rosto em meio aos cabelos da mesma, tocando-a em seu rosto, 'cheirando' seu pescoço".
Jerry argumenta, porém, que disse para Júlia "respeitar os 40 anos de história" da deputada Lídice da Mata (PSB-BA), enquanto a parlamentar do PL discutia com a congressista pessebista.
O relator, Ricardo Maia (MDB-BA), decidiu pelo arquivamento do caso e pediu que Jerry fizesse um pedido de desculpas. Jerry negou tê-la importunado e pediu desculpas "pelos problemas que gerou". "A repercussão que isso tem gerou problemas para a senhora e para mim também", afirmou.
João Leão (PP-BA) fez um apelo ao relator para arquivar o caso. "Quantos cheiros eu já dei em Alice (Portugal, deputada). Eu acho que um caso desse não era para estar aqui no Conselho de Ética", disse. "Eu vou ter muito cuidado aqui na Casa, porque daqui a pouco estou denunciado no Conselho de Ética também."
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