Única mulher entre os onze integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia pediu nesta quinta-feira, 7, véspera do Dia Internacional da Mulher, maior igualdade de gênero no Poder Judiciário.
"Queremos mais", afirmou a ministra inauguração da exposição montada no STF para relembrar a trajetória de mulheres célebres no Brasil. "A igualdade de gênero que nós buscamos ainda é uma luta inacabada."
Cármen Lúcia foi a segunda mulher a assumir uma cadeira na história do Supremo Tribunal Federal. Além dela, as únicas ministras que passaram pela Corte foram Ellen Gracie e Rosa Weber, ambas aposentadas.
A ministra também defendeu que a igualdade de gênero é um valor não realizado da democracia.
"A Justiça é representada por uma mulher, a própria ideia de justiça e de democracia com uma balança é feminina. E, no entanto, nós continuamos em desvalor profissional, social e econômico", afirmou na sessão plenária desta quinta.
Em seu discurso, Cármen Lúcia lembrou o apagamento das mulheres ao longo da história. "Dizem que nós fomos silenciosas historicamente, mentira. Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas."
Ela ainda chamou atenção para os casos de feminicídio no Brasil e afirmou que as mulheres querem "promover a pacificação."
"Outro sonho que eu tenho é de ainda ver, em vida, que nós sejamos capazes de provar que não somos parecidas aos humanos, que nós somos iguais na dignidade."
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