O Instituto Marielle Franco (IMF) relançou nesta segunda-feira, 15, a campanha "Não seremos interrompidas", que busca dar voz e segurança a mulheres negras na política. O movimento é inspirado em uma fala da ex-vereadora do Rio de Janeiro (RJ), Marielle Franco, durante a última sessão legislativa da qual participou, no dia 8 de março 2018. Seis dias depois ela foi assinada no centro da cidade. "Não serei interrompida! Não aturo interrupção dos vereadores desta Casa, não aturarei de um cidadão que vem aqui e não sabe ouvir a posição de uma mulher eleita", disse a parlamentar em resposta a interrupção de seu discurso por munícipe.
A diretora executiva do Instituto, Lígia Batista, relata que a presença de "mais mulheres, mais pessoas negras na política é fundamental, porque isso diz respeito a quem nós somos enquanto país".
Segundo a campanha, que também ocorreu em 2020 e em 2022, mulheres negras seguem sub-representadas na política institucional. O IMF aponta que, mesmo após a criação da Lei de Violência Política no Brasil, em 2021, que prevê a punição de 4 anos multa para aqueles que assediarem, humilharem, perseguirem ou ameaçarem candidatas ou mulheres eleitas, seja por serem mulheres ou por causa da cor, o problema persiste.
"A maioria dos partidos políticos continua negligenciando a necessidade de criação de políticas internas de proteção e segurança efetivas para mulheres negras candidatas e parlamentares", afirma a Liga.
A campanha divulgou o site "naoseremosinterrompidas.org" nesta segunda-feira. Nele, é possível assinar uma carta a favor da causa, a qual tem como destino os partidos e o Estado Brasileiro, a fim de criar soluções para as eleições municipais de 2024.
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