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Boulos, Nunes e Tabata trazem padrinhos Lula, Bolsonaro e Alckmin para o horário eleitoral

Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin não disputam a corrida eleitoral pelo comando da Prefeitura de São Paulo de 2024, mas serão destaque do horário eleitoral gratuito que começa nesta sexta-feira, 30. Diante do avanço do influencia

Bianca Gomes, Hugo Henud, Zeca Ferreira, Monica Gugliano e Pedro Augusto Figueiredo (via Agência Estado)

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Escrito por Bianca Gomes, Hugo Henud, Zeca Ferreira, Monica Gugliano e Pedro Augusto Figueiredo (via Agência Estado)
Publicado em 31.08.2024, 08:30:00 Editado em 31.08.2024, 08:36:20
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Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin não disputam a corrida eleitoral pelo comando da Prefeitura de São Paulo de 2024, mas serão destaque do horário eleitoral gratuito que começa nesta sexta-feira, 30. Diante do avanço do influenciador Pablo Marçal (PRTB) junto ao eleitorado da capital, os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) resolveram trazer seus padrinhos políticos para os primeiros programas que serão veiculados em rádio e TV, na expectativa de ampliar o leque de simpatizantes entre ouvintes e telespectadores.

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José Luiz Datena (PSDB) terá uma estratégia distinta: sem um apoiador de renome, mas muito conhecido, o apresentador de TV quer que sua imagem apareça o máximo possível para que a população entenda que, desta vez, ele é realmente candidato na cidade.

Boulos é apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Nunes aparecerá ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tabata quer ressaltar a ligação com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e com o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), fiadores da sua candidatura.

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Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo) não têm direito à propaganda eleitoral gratuita porque seus partidos não cumpriram a chamada cláusula de barreira. O mesmo ocorre com os candidatos Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO) e Ricardo Senese (UP).

Criada em 2017, a cláusula determina que, para ter direito ao horário eleitoral gratuito, as siglas precisam ter elegido ao menos 11 deputados federais em 2022, distribuídos em nove Estados, ou conseguir ao menos 2% dos votos válidos na eleição para a Câmara dos Deputados do mesmo ano, com votação em pelo menos 9 Estados e mínimo de 1% dos votos válidos em cada um deles.

São 90 minutos de propaganda por dia no rádio e na televisão, divididos igualmente em dois blocos, exibidos de segunda-feira a sábado: das 7h00 às 7h10 e das 12h00 às 12h10 no rádio, das 13h00 às 13h10 e das 20h30 às 20h40 na televisão. Há ainda 84 inserções de 30 segundos para os candidatos a prefeito distribuídas ao longo do dia - há possibilidade de os partidos somarem duas e fazerem uma única peça de 60 segundos - e mais 28 minutos para inserções de candidatos a vereador. As inserções são veiculadas todos os dias da semana.

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Nunes mira Marçal e dirá ser "cria da periferia"

O prefeito dominará a propaganda eleitoral gratuita, com mais de 60% do tempo total. Com uma coligação formada por 12 siglas, Nunes terá 6 minutos e 30 segundos, mais 54 inserções por dia. Suas primeiras aparições já contarão com a presença de Tarcísio e de Bolsonaro.

O ex-presidente deve fazer na próxima semana uma gravação ao lado do prefeito para abordar o acordo assinado por eles em 2021 que abateu a dívida de R$ 25 bilhões da Prefeitura com a União, em troca da cessão do Campo de Marte à Aeronáutica. O governador exaltará a importância de Nunes ser reeleito para manter a parceria entre Estado e município em obras de infraestrutura, combate a enchentes e mobilidade, como a expansão do Metrô. Tarcísio também mencionará os valores morais e características pessoais do prefeito.

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Os primeiros programas buscarão apresentar Nunes como um candidato que veio da periferia. As inserções de estreia vão destacar sua gestão na Prefeitura de São Paulo e sua trajetória de vida, retratando o prefeito como "cria da periferia", que viveu nas "quebradas" da cidade e sempre utilizou serviços públicos.

Os primeiros programas devem mostrar ainda o prefeito ao lado de sua família, incluindo sua esposa, Regina Nunes, que virou uma das vidraças do emedebista em razão de um boletim de ocorrência que ela registrou em 2011 por ameaça e violência. O caso foi trazido à tona por adversários em debates; hoje, Regina nega que tenha havido agressão.

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A estratégia de associar o prefeito à periferia tem como pano de fundo o risco de que o apoio de Lula ajude Boulos a avançar sobre o eleitorado mais pobre da cidade, ameaçando deixar o prefeito de fora do segundo turno.

A aposta na periferia, onde estrategistas de Nunes afirmam que a atuação da prefeitura é mais sentida, já era uma estratégia central da campanha e foi reforçada após Pablo Marçal conseguir atrair parte do eleitorado bolsonarista da cidade. Pesquisas internas da campanha de Nunes realizadas nos últimos dias indicam que, mesmo após Bolsonaro declarar guerra a Marçal, o ex-coach não perdeu força. Com isso, é hoje menos provável que Nunes consiga atrair de volta todo esse eleitorado mais à direita.

Aliados do prefeito esperam que o amplo tempo de TV dê um novo fôlego à campanha de Nunes, que foi impactada com o avanço de Marçal na disputa. A participação de Bolsonaro e Tarcísio faz parte de um esforço do prefeito de reconquistar parte do eleitorado simpático ao bolsonarismo que migrou para o ex-coach.

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Nunes deve aproveitar seu extenso tempo de televisão para atacar Marçal. Uma das peças produzidas pela campanha resgata uma declaração polêmica do influenciador em que ele afirma que mulheres não deveriam permitir que seus maridos tenham amigas, porque "um homem de verdade não tem amiga". Outro episódio que será destacado é o relato de que Marçal tentou, sem sucesso, fazer uma mulher em cadeira de rodas voltar a andar.

Boulos quer tom propositivo

Interlocutores de Guilherme Boulos afirmam que o programa eleitoral do candidato manterá um tom propositivo, com foco em apresentar soluções para a cidade. O candidato do PSOL terá 2 minutos e 22 segundos por dia, além de 20 inserções diárias.

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Pesquisas qualitativas às quais a campanha teve acesso mostram que a imagem de "radical" é o principal motivo para eleitores não votarem em Boulos. Por isso, as peças para a TV evitarão um tom agressivo contra os adversários. No entanto, aliados reconhecem que, se necessário, Boulos partirá para o confronto.

A presença de Lula e da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, na propaganda eleitoral também é esperada. Ambos gravaram cenas com o candidato no sábado, 24, na casa de Boulos, no Campo Limpo, na zona sul da capital, antes do primeiro comício com Lula. No entanto, aliados próximos evitam confirmar se o presidente aparecerá já na primeira propaganda eleitoral. "Um pouco de mistério faz bem", disse um coordenador da campanha ao ser questionado sobre o assunto.

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Tabata e Datena terão menos de um minuto

Sem partidos aliados, Tabata Amaral e José Luiz Datena terão, respectivamente, 30 e 35 segundos no horário eleitoral. Cada um terá também cerca de 5 inserções por dia. Apesar de viverem situações similares, os ex-aliados - Tabata queria Datena como vice para garantir o apoio do PSDB e dobrar seu tempo de propaganda - têm estratégias diferentes.

A deputada do PSB apostará em duas frentes: conteúdos propositivos focados nos planos para a cidade e as presenças do vice-presidente Geraldo Alckmin e de Márcio França, marido de Lúcia França, sua vice na chapa, nas peças de campanha.

A campanha pretende veicular peças que apresentem os planos de governo de Tabata, adotando um tom diferente dos conteúdos veiculados nas redes sociais, nas quais a candidata tem seguido uma estratégia mais crítica e combativa, especialmente contra Marçal - tática que será mantida ao longo da corrida eleitoral.

Quanto à presença de Alckmin e França nas peças de campanha, a expectativa é que o histórico de ambos com o eleitorado paulista ajude a alavancar o nome de Tabata nas pesquisas eleitorais. De acordo com o coordenador de campanha, Orlando Faria, ambos são bem avaliados pelos eleitores e, por isso, estarão presentes durante toda a campanha eleitoral na TV. "Vamos aproveitar esse capital político", diz Faria.

Datena aposta em 'presença televisiva'

Já a campanha de Datena vai focar a estreia do horário eleitoral no que considera ser o maior ativo do candidato: sua presença televisiva. A estratégia é explorar a presença de tela dele para mostrar à população que o Datena que ela conhece há anos agora é candidato a prefeito.

A avaliação é que o maior desafio será fazer as pessoas saberem que o apresentador disputa o cargo de prefeito. Os temas prioritários que ele vai explorar estão alinhados aos de maior preocupação do eleitorado: segurança e saúde.

Nas agendas que Datena faz, segundo a campanha, as pessoas se aproximam para tirar selfies com a "estrela" da televisão, que conduz um programa policial há décadas, e só descobrem o lado político quando alguém, ou ele mesmo, se apresenta como tal. "Ele tem muita desenvoltura na televisão, sabe falar de uma maneira que é compreendida pela população e não lhe falta credibilidade. Vai fazer toda a diferença", diz um dos coordenadores da campanha.

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