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Bolsonaro telefona para família de petista assassinado a tiros e propõe encontro

Pressionado pelo comando de sua campanha, o presidente Jair Bolsonaro telefonou nesta terça-feira, dia 12, para parentes do guarda civil Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PT), assassinado a tiros por um militante bolsonarista durante a co

Felipe Frazão (via Agência Estado)

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Escrito por Felipe Frazão (via Agência Estado)
Publicado em 12.07.2022, 21:00:00 Editado em 12.07.2022, 21:07:21
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Pressionado pelo comando de sua campanha, o presidente Jair Bolsonaro telefonou nesta terça-feira, dia 12, para parentes do guarda civil Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PT), assassinado a tiros por um militante bolsonarista durante a comemoração de seu aniversário de 50 anos no sábado, dia 9. O crime foi cometido pelo policial penal federal Jorge Guaranho. Também baleado, Guaranho foi internado e, em seguida, teve prisão preventiva decretada.

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Por meio de uma chamada de vídeo, Bolsonaro conversou com irmãos do guarda civil petista. O presidente propôs recebê-los para um pronunciamento à imprensa, no Palácio do Planalto. A campanha quer transformar o possível encontro num "gesto de pacificação" para blindar Bolsonaro.

Arruda era sindicalista da categoria e já havia se reunido com Bolsonaro no Congresso, quando o presidente exercia mandato de deputado federal. Os irmãos dele são simpáticos ao governo.

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"Por mais que, porventura, tenha tido uma troca de palavras grosseiras, não justifica o cara voltar armado e fazer o que ele fez", disse Bolsonaro durante a chamada de vídeo. "A imprensa, quase toda de esquerda, está botando no meu colo a ação desse cara que atirou e não morreu. A esquerda politizou o negócio."

Bolsonaro reclamou de estar sendo questionado sobre seus atos e discursos anteriores. Os irmãos de Arruda disseram a ele não admitir que a esquerda use essa morte como "palco de política". Afirmaram, ainda, saber "qual lado começou" a disputa, numa referência ao atentado a faca sofrido por Bolsonaro, na campanha de 2018. Eles também declararam apoio à reeleição do presidente.

Durante sua festa de aniversário, no sábado, Arruda fazia uma homenagem ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato ao Palácio do Planalto. Segundo relato de testemunhas à Polícia Civil, Guaranho invadiu o local da celebração gritando palavras de ordem pró-Bolsonaro e atirando. Baleado, Arruda revidou os disparos, mas não resistiu aos ferimentos.

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O contato entre o presidente e os parentes de Arruda foi promovido pelo deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), vice-líder do governo na Câmara. Segundo o deputado, os irmãos José Arruda e Luiz Arruda sinalizaram intenção de voar a Brasília para conversar com Bolsonaro. O encontro pode ocorrer na próxima quinta-feira, dia 14.

"Recebemos a informação de que a família não era apenas petista, que era uma família plural e que tinha bolsonaristas também. Então, o presidente me pediu para vir a Foz do Iguaçu, em nome dele, localizar a família, e o presidente conversou com eles. Eles estão dispostos a ir a Brasília, só falta fechar alguns detalhes", afirmou Otoni ao Estadão.

Repercussão negativa

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O comitê de pré-campanha de Bolsonaro teme a repercussão negativa do caso. O presidente e seus apoiadores tentam se descolar do crime e culpar adversários da esquerda por atos de violência política. Questionado sobre algumas declarações suas, de teor violento, como quando sugeriu "fuzilar a petralhada", Bolsonaro disse que se tratava de força de expressão.

Na primeira reação, Bolsonaro escreveu no Twitter que "nem a pior, nem a mais mal utilizada força de expressão será mais grave do que fatos concretos e recorrentes". O presidente cobrou investigações sobre o crime e contra "caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia".

"Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica a violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos", afirmou o presidente. O ministro da Justiça, Anderson Torres, disse, por sua vez, que ofereceu apoio à Secretaria de Segurança Pública do Paraná.

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