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Bolsonaro pede que Dino e Zanin sejam impedidos de julgar denúncia do golpe

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu entrada em um pedido para tentar impedir os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin de participarem do julgamento da denúncia do plano de golpe. O processo foi protocolado na tarde desta terça-feira, 25, n

Rayssa Motta (via Agência Estado)

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Escrito por Rayssa Motta (via Agência Estado)
Publicado em 25.02.2025, 18:49:00 Editado em 25.02.2025, 18:59:37
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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu entrada em um pedido para tentar impedir os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin de participarem do julgamento da denúncia do plano de golpe. O processo foi protocolado na tarde desta terça-feira, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF).

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A decisão cabe ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, que se reuniu ontem com o criminalista Celso Vilardi, advogado do ex-presidente. Barroso foi avisado previamente de que a defesa protocolaria os pedidos de impedimento.

Em maio de 2024, o ministro Cristiano Zanin se declarou impedido para julgar o recurso do ex-presidente contra a condenação que o deixou inelegível. A defesa de Bolsonaro alega que ele também não deve participar do julgamento do plano de golpe porque os casos têm relação.

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Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por desacreditar as urnas eletrônicas em uma reunião com diplomatas no Palácio do Alvorada. O TSE concluiu que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A denúncia do plano de golpe menciona o encontro com os embaixadores e os ataques ao sistema eleitoral como parte da estratégia golpista.

"Os fatos foram lá imputados a Jair Messias Bolsonaro como violadores da legislação eleitoral e, por essa razão, o próprio ministro declarou-se o impedido para atuar no feito quando de sua chegada ao STF. Esses mesmos fatos são agora imputados a Jair Messias Bolsonaro como violadores da legislação penal e, por essa razão, deve-se também declarar o impedimento para atuação no feito", diz um trecho do pedido.

Os defensores do ex-presidente também lembram que, antes de assumir a vaga no STF, quando era advogado, Zanin subscreveu em nome do PT uma notícia-crime contra Bolsonaro por ataques às instituições. Um dos crimes atribuídos ao ex-presidente na representação era justamente o de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tipificação que consta na denúncia do inquérito do golpe.

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Em relação da Flávio Dino, os advogados mencionam uma queixa-crime por acusação de calúnia, injúria e difamação, movida pelo ministro quando ele era governador do Maranhão.

O ministro afirmou ontem que não tem motivos para ser impedido de participar da votação. Declarou também que o julgamento "vai se dar de acordo com as regras do jogo previstas na lei e no regimento interno, com isenção e com respeito à ampla defesa".

"Em relação a mim, não há nenhum desconforto, nenhum incômodo, nada desse tipo", disse o ministro a jornalistas antes de uma palestra na PUC de São Paulo.

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"O Supremo é composto por 11 ministros. Todos chegaram lá do mesmo modo. Todos os ministros foram escolhidos por presidentes da República e aprovados no Senado. Existem ministros indicados por cinco presidentes da República diferentes", acrescentou.

Bolsonaro já havia tentado afastar o ministro Alexandre de Moraes das investigações sobre o plano de golpe, mas as ofensivas foram frustradas por Barroso.

Os advogados do ex-presidente pedem ainda que o prazo para apresentarem a defesa prévia seja suspenso até a decisão final sobre o impedimentos dos ministros.

Todos os denunciados, 34 ao todo, têm 15 dias para enviar ao STF suas defesas prévias - conjunto de argumentos para tentar convencer os ministros da Corte a rejeitar as acusações e, com isso, não deflagrar a ação penal. O prazo começou a contar a partir da notificação dos advogados, determinada por Moraes no dia 19 de fevereiro.

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