O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou mal e recebeu atendimento no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, na manhã deste sábado, 7. Segundo aliados do ex-presidente, ele teve uma gripe nesta sexta-feira, 6, e recebeu medicações. Apesar da condição de saúde, Bolsonaro ainda vai discursar no ato pró-impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ocorre a partir das 14 horas na Avenida Paulista.
De acordo com os aliados, a ida ao hospital não foi motivado por uma doença grave e Bolsonaro vai ter condições de participar da manifestação.
Apoiadores começaram a se reunir desde a manhã para participar da manifestação convocada pelo ex-presidente. O mote do ato é pressionar Moraes, que foi alvo de polêmicas no mês passado. No início de agosto, foram divulgadas conversas que mostraram que ele utilizou o aparato do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fora do rito para embasar decisões contra aliados do ex-presidente. Duas semanas depois, houve uma tensão com o bilionário Elon Musk que culminou na suspensão do X (antigo Twitter).
A Avenida Paulista já está repleta de cartazes e camisas contra Moraes e o STF. Ao Estadão, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), um dos organizadores do evento, afirmou que as faixas contra o ministro estão "liberadíssimas". Em fevereiro, no último ato convocado por Bolsonaro, os recados de apoiadores contra o magistrado foram vetados pelo ex-presidente.
Há desde cartazes improvisados com pedidos de "Fora STF", camisas com imagens simulando o ministro preso e pedidos de anistia para os presos pelos atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos e destruídos.
A manifestação também está sendo utilizada por candidatos nas eleições municipais, inclusive os que não concorrem em São Paulo. Ambulantes vendem, por exemplo, produtos com a marca e o número de Pablo Marçal, postulante à Prefeitura de São Paulo.
Ao Estadão, o pastor evangélico Silas Malafaia, que é um dos organizadores da manifestação da Paulista, afirmou que o discurso de Bolsonaro aos apoiadores não vai ter ataques a Moraes, devido ao fato de ele estar sendo investigado em inquéritos relatados pelo ministro. No 7 de Setembro de 2021, quando ainda estava na Presidência, o ex-presidente chamou o magistrado de "canalha".
"Bolsonaro não vai falar isso porque está em inquérito. Mas ele vai falar sobre liberdades, o que está acontecendo no Brasil, cerceamento de liberdades, sem tocar no Alexandre de Moraes", disse Malafaia.
Segundo o pastor, o tema central da manifestação será o pedido de impeachment de Moraes, que deve ser protocolado no Congresso Nacional na próxima segunda, 9. Malafaia adiantou que fará o discurso mais inflamado contra o ministro. Em fevereiro, ele disse que o magistrado tinha "sangue nas mãos" e atacou o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso.
"O mote da brincadeira é pedir o impeachment dele. Esse que é o tema central, o resto é confete. (...) Vai ser o mais duro e incisivo discurso até hoje, não vai ser brinquedo não. Vai ser quente demais", afirmou o pastor evangélico.
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