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Bolsonarista condenado por quebra de relógio histórico no 8/1 começa a cumprir pena de 17 anos

O mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 32 anos, começou a cumprir a pena de 17 anos de prisão em regime fechado, após condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele destruiu um relógio históri

Henrique Sampaio (via Agência Estado)

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Escrito por Henrique Sampaio (via Agência Estado)
Publicado em 10.12.2024, 16:03:00 Editado em 10.12.2024, 16:09:26
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O mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 32 anos, começou a cumprir a pena de 17 anos de prisão em regime fechado, após condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023.

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Ele destruiu um relógio histórico do Palácio do Planalto durante a invasão, um artefato francês do século XVII presenteado a D. João VI. As imagens do vandalismo, registradas pelas câmeras do Planalto, tiveram ampla repercussão internacional.

Durante o julgamento, realizado em junho, Ferreira foi condenado por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Além da pena de prisão, foi ordenado o pagamento solidário de R$ 30 milhões em danos morais coletivos.

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Ferreira confessou o ato e alegou que o cometeu "em razão da reação dos órgãos de segurança". Ele fugiu para Uberlândia (MG), onde foi preso pela Polícia Federal após 16 dias foragido. Atualmente, está detido no Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia (MG).

Ferreira foi descrito como militante radical em acampamentos bolsonaristas, que defendiam a intervenção militar após a vitória de Luis Inácio Lula da Silva (PT). No dia dos atos, ele trajava uma camiseta com o rosto de Jair Bolsonaro.

Alexandre de Moraes, relator do caso, destacou que a condenação de Ferreira reflete a gravidade dos ataques e a necessidade de proteger os bens nacionais. Com isso, o STF encerrou o processo sem possibilidade de novos recursos.

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Restauração e retorno do relógio

O relógio destruído, produzido por Balthazar Martinot, era um dos dois únicos exemplares conhecidos. O outro está no Palácio de Versalhes, na França. A peça é feita em casco de tartaruga e bronze.

Nas semanas seguintes ao 8 de Janeiro, a Embaixada da Suíça ofereceu ajuda ao governo federal por deter conhecimento histórico na relojoaria. Segundo a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a cooperação seria uma "honraria" ao Brasil. O acordo envolveu o ministério, a Presidência da República e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

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O esforço de restauração mobilizou um conjunto de especialistas suíços e brasileiros, incluindo relojoeiros, curadores e artesãos que se engajaram na missão de planejar e executar as etapas de conserto da peça. Eles vieram ao Brasil em maio de 2023 para examinar o estado do relógio. Em dezembro de 2023, levaram à Suíça as suas partes.

Especialistas reconstruíram a obra, que está pronta para retornar ao Brasil.

Além de sua relevância artística e histórica, o relógio, trazido ao Brasil em 1808, representa um marco da herança cultural do período monárquico. A peça será reinstalada como um símbolo da preservação da memória e da resiliência democrática.

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