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Avaliação negativa do governo cresce e perspectiva para a economia piora

Neste início de segundo ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo vê seu índice de desaprovação crescer na comparação com um ano atrás. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 6, mostrou que 34% dos entrevista

Zeca Ferreira, Matheus de Souza, Giordanna Neves e Caio Spechoto (via Agência Estado)

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Escrito por Zeca Ferreira, Matheus de Souza, Giordanna Neves e Caio Spechoto (via Agência Estado)
Publicado em 07.03.2024, 07:53:00 Editado em 07.03.2024, 07:59:01
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Neste início de segundo ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo vê seu índice de desaprovação crescer na comparação com um ano atrás. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 6, mostrou que 34% dos entrevistados avaliam a gestão petista como "negativa". Em fevereiro de 2023, esse índice era de 20% e, em dezembro, de 29%. Os que consideram a administração como "positiva" eram 40% há um ano, foram 36% em dezembro passado e agora são 35%.

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A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 27 de fevereiro, e ouviu, presencialmente, 2 mil brasileiros de 16 anos ou mais, em todos os Estados. A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos porcentuais e o nível de confiança, de 95%. Ainda sobre a avaliação do governo, 28% disseram considerar a atual gestão "regular" e 3% não responderam.

O cenário enfrentado pelo governo pode ser explicado, em parte, pela percepção da população sobre a economia, também medida na pesquisa. O índice dos que acham que a situação econômica do Brasil piorou passou de 31% em dezembro para 38% agora. No início do governo, era de 30%. Para 26%, a economia melhorou; em dezembro de 2023, essa era a percepção de 34%.

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A expectativa para os próximos 12 meses também indica pessimismo - 46% dos brasileiros acham que a economia vai melhorar no próximo ano, ante 55% em dezembro e 62% em fevereiro do ano passado. A alta no preço dos alimentos, percebida por 73% dos entrevistados, "é a principal explicação para esse desempenho", segundo o levantamento.

Congresso

O Palácio do Planalto busca apoio no Congresso para aprovar sua pauta econômica. Para isso, Lula tem se reunido com parlamentares, tanto da Câmara quanto do Senado. Anteontem, o presidente recebeu, no Palácio da Alvorada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes de bancada.

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O petista aproveitou o "happy hour" para agradecer a aprovação de projetos importantes para o Executivo ao longo de 2023 - e lembrar a pauta que virá pela frente. Ele destacou o resultado do PIB, que cresceu de 2,9% no ano passado. Em fevereiro, Lula já havia patrocinado encontro semelhante com deputados, num gesto para se aproximar do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou das duas reuniões chamadas por Lula - com deputados e senadores -, tem pedido apoio do Congresso para aprovar medidas de aumento de arrecadação. O chefe da equipe econômica tenta zerar o déficit das contas públicas este ano.

Evangélicos

Além da questão econômica, outra frente de desgaste do governo que refletiu na pesquisa divulgada ontem tem relação com a agenda internacional adotada por Lula. Conforme a Genial/Quaest, os índices registrados agora foram puxados principalmente pela opinião dos evangélicos no que diz respeito às declarações de Lula sobre o conflito entre Israel e Palestina.

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"A pior avaliação veio dos evangélicos, que respondem por 30% do eleitorado brasileiro, influenciados pelas declarações em que Lula comparou a guerra em Gaza com a ação de Hitler na Segunda Guerra Mundial", afirma o relatório do levantamento. A comparação foi considerada "exagerada" por 60% dos entrevistados e por 69% dos evangélicos.

"A reação às falas de Lula comparando o que acontece em Gaza com o que aconteceu na 2.ª Guerra Mundial parece dar boas pistas para explicar essa queda na avaliação do governo entre os evangélicos", disse o cientista político Felipe Nunes, da Quaest. O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, admitiu que a declaração do chefe do Executivo sobre um "Holocausto" em Gaza teve impacto no levantamento, mas disse que não haverá mudança de posicionamento.

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Ainda entre os evangélicos, 48% avaliaram como negativa a gestão petista, um aumento de 12 pontos porcentuais em relação à sondagem anterior, de dezembro. Esse é o pior resultado no segmento desde o primeiro levantamento, de fevereiro de 2023. Por outro lado, 47% dos entrevistados responderam que o governo atual está melhor que o anterior, ante 38% que disseram preferir a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para 11%, os dois governos são iguais.

O Planalto olha para o eleitorado que classificou Lula como "regular" em uma ampla pesquisa feita sob demanda (não o levantamento de ontem) para pensar em ações que fariam alas desse segmento apoiar o presidente. Um exemplo seria a mulher evangélica com filhos, que teria a vida diretamente afetada caso escolas públicas fossem em tempo integral.

Os entrevistados também foram questionados sobre o trabalho que Lula vem fazendo na Presidência. Os que desaprovam o desempenho do petista são 46%, ante 43% em dezembro e 28% em fevereiro do ano passado. Os que aprovam eram 56% há um ano, 54% em dezembro e 51% agora. Nesse quesito, ponto de alerta é o eleitorado feminino, um dos grupos que deram sustentação a Lula em 2022. Agora, aprovação e desaprovação estão, pela primeira vez, quase empatadas na margem de erro: 51% das mulheres aprovam o trabalho do presidente e 45% desaprovam.

As informações são do jornalO Estado de S. Paulo.

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