MAIS LIDAS
VER TODOS

Política

Ato com Bolsonaro busca intimidar STF e reforçar união da direita nas urnas, dizem analista

Com as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado avançando cada vez mais, o ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, neste domingo, 21, teve o intuito de unificar sua base eleitoral e intimidar o Supremo Tribunal Fede

Júlia Pestana (via Agência Estado)

·
Escrito por Júlia Pestana (via Agência Estado)
Publicado em 21.04.2024, 16:47:00 Editado em 21.04.2024, 16:49:53
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Com as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado avançando cada vez mais, o ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, neste domingo, 21, teve o intuito de unificar sua base eleitoral e intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) para empurrar a possibilidade do seu julgamento.

continua após publicidade

"A manifestação visa a criar um clima de tensão para não ter uma decisão sobre a prisão do ex-presidente em setembro. Está é a data que está sendo ventilada por fontes em Brasília", diz o sociólogo, cientista político e presidente do Instituto Cultiva, Rudá Ricci.

Em ano de eleições municipais, Rudá destaca que o ato também objetivou mostrar a força da base bolsonarista para disputar essa corrida eleitoral. "O bolsonarismo disputa o terreno com o Centrão, que é o que mais tem deputados federais e que são ligados aos prefeitos", afirma o sociólogo.

continua após publicidade

Já o cientista político e professor da PUC Minas, Malco Camargos, observa que o ato demostrou força popular, mas que a força institucional ainda permanece sobrerana. "Bolsonaro carrega força popular desde quando era presidente, mas a força eleitoral e institucional se sobrepõe. Assim, o jogo fica mais crítico para o ex-presidente e ele busca desesperadamente se juntar àqueles que ainda acreditam que ele é perseguido pela Justiça", afirmou Camargos.

A perseguição política, na visão do cientísta político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Prando, é uma narrativa criada por Bolsonaro e seus apoiadores, que não tem respaldo nos dados da realidade, ela consegue colocá-lo em uma situação vitmizada. "Esse aspecto aconteceu no ato em São Paulo e aconteceu novamente nesta ato", afirma.

Elon Musk

continua após publicidade

O que diferenciou o ato de Copacabana (RJ) da manifestação na capital paulista foi a defesa da base bolsonarista ao empresário Elon Musk, dono do X, da Tesla, da SpaceX e da rede de satélites Starlink, que vem travando um embate com o ministro do STF Alexande de Moraes.

"Ambos Bolsonaro e Musk se colocam como os arautos da liberdade de expressão, mas no fundo as figuras do bolsonarismo não apenas usaram da liberdade de expressão como construíram discursos de ódio, cometeram crime e fizeram ataques sistemáticos as instituições", diz Prando.

No ato de hoje, o ex-presidente disse que o controlador do X (antigo Twitter) mostrou "com provas" aonde a "democracia brasileira estava indo". O empresário se envolveu numa celeuma ao criticar a suspensão, pela Justiça brasileira, de contas na rede social X que propagavam fake news.

continua após publicidade

Já o cientista político, colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha, Maurício Santoro foi conciso: "O empresário se tornou um personagem das disputas partidárias brasileiras", afirmou.

Santoro avalia ainda que as forças pró-Bolsonaro enfrentam muitas restrições no terreno das mídias digitais, sobretudo por conta do inquérito do STF sobre fake news. "É um cenário mais complicado para elas do que em 2018, quando praticamente não havia obstáculos legais às suas ações nas redes sociais."

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Política

    Deixe seu comentário sobre: "Ato com Bolsonaro busca intimidar STF e reforçar união da direita nas urnas, dizem analista"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!