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Arrecadação com leilão de bens do crime bate recorde

Barras de ouro e diamantes do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) e milhões de dólares do narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca, ajudaram o governo brasileiro a bater o recorde anual de arrecadação do Fundo Nac

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.09.2020, 07:00:00 Editado em 05.09.2020, 07:07:13
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Barras de ouro e diamantes do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) e milhões de dólares do narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca, ajudaram o governo brasileiro a bater o recorde anual de arrecadação do Fundo Nacional Antidrogas (Funad). Foram R$ 101 milhões só até o fim de agosto, ante R$ 91,7 milhões em 2019.

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O incremento é resultado de uma mudança na lei que facilitou a realização de leilões e à conversão de valores apreendidos em moeda estrangeira - com taxas de câmbio maiores que no ano passado. Além de não precisar mais esperar pelo fim do processo, a nova legislação, aprovada no ano passado, também passou a autorizar que o governo venda o patrimônio apreendido a partir de 50% do seu valor e a isenção de eventuais encargos anteriores à compra.

Além disso, um decreto presidencial em outubro incumbiu a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), vinculada ao Ministério da Justiça, de fazer a gestão não só dos itens apreendidos do narcotráfico, mas de todos os bens que foram transferidos para a União por meio de decisão judicial. Graças à mudança, as joias de Cabral foram leiloadas em julho e resultaram na arrecadação de R$ 4,6 milhões. Outros R$ 62 milhões foram resultado da venda de 12 milhões de dólares apreendidos. Só de Rocha foram 5,5 milhões de dólares.

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Antes descentralizados, os leilões passaram a ser organizados pela própria Senad, que contratou leiloeiros em todo o País para tornar o processo mais célere. Em 2019 foram 11 - antes disso, a média anual era de sete.

Desvalorização

Em um único dia, 31 de agosto, foram realizados dez leilões, que renderam mais R$ 6 milhões. "A alienação antecipada de bens é essencial, pois a demora natural para a conclusão de processos criminais pode levar à desvalorização dos bens, que muitas vezes ficam sucateados e perdem valor de venda", disse Luiz Roberto Beggiora, secretário nacional de Políticas Sobre Drogas. Segundo ele, caso a pessoa seja inocentada ao final do processo, os valores são devolvidos com correção.

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Uma proposta em análise pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) prevê dar ainda mais agilidade ao processo de alienação de bens - que na prática é a transferência da propriedade deles para o Estado -, obrigando juízes a decidir em até 30 dias após a apreensão do bem. Esse prazo já existe no caso de crimes envolvendo tráfico de drogas. O julgamento deve ser encerrado no dia 9.

A juíza federal Dayse Starling, do grupo de trabalho do CNJ que idealizou a resolução, disse ao Estadão que é necessária uma mudança na cultura entre magistrados para, prontamente, dar uma destinação aos bens apreendidos. "Precisamos romper a cultura processual burocrática, com foco na eficiência do processo e no retorno à sociedade", disse.

A Polícia Federal também tem papel importante, já que é a responsável pela maior parte das captações dos bens. "Sem apreensão e sequestro não tem vendas", disse Elvis Secco, coordenador geral de Repressão a Drogas e Facções Criminosas da Polícia Federal.

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Os valores arrecadados no Funad são destinados, por exemplo, à compra de equipamentos para polícias e institutos de perícia espalhados pelo país. Do total que o governo conseguiu neste ano, R$ 13 milhões foram transferidos para a implementação de torres de comunicação digital na região da fronteira com o Paraguai, que iniciaram suas operações em maio. Até o fim do ano, o Ministério da Justiça planeja gastar R$ 40 milhões do Funad em 17 projetos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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