O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estampa a capa do jornal espanhol El País desta quinta-feira, 27, reiterando a intenção do Brasil liderar a busca por uma solução para o fim da guerra entre a Rússia e Ucrânia, iniciada há um ano.
"A primeira coisa que nós temos que entender é que esta guerra começou porque há muito tempo perdeu-se a capacidade de diálogo entre os dirigentes mundiais", destacou o presidente ao ser questionado sobre sua iniciativa de garantir a paz entre os países do leste europeu. "A Rússia não tinha o direito de invadir o território ucraniano", pontuou. "Ou eu alimento a guerra, ou eu tento acabar com ela. ... Fui falar com Xi Jinping, com o Joe Biden, com Olaf Scholz falei com o Emmanuel Macron É preciso construir um grupo de países dispostos a negociar um cessar-fogo, eu quero que a guerra pare", afirmou à jornalista Pepa Bueno.
Lula enfatizou acreditar no potencial do continente europeu de mediar o embate, e criticou a rápida adesão ao conflito assim que ele foi deflagrado, em fevereiro do ano passado. "Acredito que a Europa tem o papel de mediadora, a Europa deveria fazer uma espécie de 'caminho do meio', e ela não fez. Ela se envolveu muito rapidamente, eu acho então que nós temos que encontrar as pessoas que querem falar sobre a paz. ... Nós temos que envolver os países que não estão envolvidos diretamente ou indiretamente na guerra", disse.
O chefe de Estado brasileiro afirmou, ainda, se preocupar com interesses "político-eleitorais" envolvendo o conflito, e disse que voltará a falar com o presidente da França, Emmanuel Macron, na próxima semana, o qual alega estar "disposto" a pôr fim à guerra. Ele também ressaltou a viagem do assessor especial da presidência da República, Celso Amorim, à Ucrânia após o diplomata ter se reunido com o presidente russo Vladimir Putin.
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