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Ante previsão de novo temporal, Nunes suspende agenda de campanha e intensifica críticas à Enel

Em alerta com a previsão de um novo temporal nesta sexta-feira, 18, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) suspendeu suas agendas de campanha e endureceu o discurso contra a Enel, levando as críticas à empresa para o horário eleitoral e para as redes sociais. O p

Bianca Gomes e Pedro Augusto Figueiredo (via Agência Estado)

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Escrito por Bianca Gomes e Pedro Augusto Figueiredo (via Agência Estado)
Publicado em 17.10.2024, 10:32:00 Editado em 17.10.2024, 10:39:07
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Em alerta com a previsão de um novo temporal nesta sexta-feira, 18, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) suspendeu suas agendas de campanha e endureceu o discurso contra a Enel, levando as críticas à empresa para o horário eleitoral e para as redes sociais. O prefeito, que teme um desgaste eleitoral em função das chuvas, também reforçou a estratégia de responsabilizar o governo federal pela crise envolvendo a concessionária privada de energia.

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Na madrugada desta quarta-feira, 17, o prefeito cancelou a participação em um debate com seu concorrente, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), alegando que terá que participar de uma reunião extraordinária no Palácio dos Bandeirantes, com concessionárias de energia.

Desde segunda-feira, 14, a campanha do emedebista impulsionou nove anúncios no Facebook e no Instagram sobre o tema. São cortes do debate da Band onde Nunes se coloca contra a Enel, cobra o governo federal, se solidariza com os afetados pelo apagão e diz que Guilherme Boulos (PSOL), como deputado federal, poderia ter proposto mudanças na legislação para dar poder à Prefeitura de fiscalizar e multar a empresa.

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"Guilherme Boulos, você precisa explicar por que você sequer, como deputado federal, fez alguma sugestão de alteração da lei federal. A lei federal diz que as concessões de energia elétrica cabem ao governo federal, que não fez nada. Se tivesse tirado a Enel a gente não teria tido esse problema pela terceira vez", diz Nunes no vídeo veiculado em um dos anúncios. Somados, os impulsionamentos alcançaram 1,3 milhões de contas.

Nos últimos dias, no horário eleitoral, a campanha de Nunes acusou Boulos de se "promover" com a tragédia, enquanto o atual prefeito "trabalha". As inserções mostram Nunes na central de monitoramento onde foi instituído um comitê de crise.

"Sabe o que é triste? Com tanta luta, com tanto sofrimento do nosso povo, a gente vê, infelizmente, um candidato lacrar na internet. Querer usar a dor do povo para ficar fazendo videozinho. E eu aqui, trabalhando com a minha equipe, na rua, virando a madrugada", afirma Nunes em um dos vídeos, destacando que entrou com ação judicial contra a Enel. Em outra inserção, a campanha do prefeito reforça que a Enel é responsabilidade da União.

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Em vídeos publicados nas suas redes sociais, o prefeito acusa o governo Lula (PT) de "passar pano" para a Enel e diz que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), queria renovar com a empresa. Silveira rebateu dizendo que o prefeito lançou uma fake news. Em outra publicação, o prefeito questiona: "Cadê o interventor na Enel, Lula?".

Boulos tem apostado suas fichas no desgaste do prefeito com o apagão. A sua propaganda no horário eleitoral desta quarta-feira diz que São Paulo não pode ficar mais quatro anos "nas mãos de um prefeito tão apagado", usando um trocadilho. "Se o Ricardo não dá conta nem de podar as árvores da cidade, tá na hora de podar o Ricardo", diz o locutor.

Levantamento realizado pela consultoria Fatto Inteligência Política aponta que Nunes ganhou no primeiro turno em quatro dos bairros mais impactados pelo apagão, enquanto outros três locais deram a vitória a Boulos. "Os bairros mais atingidos pelo blackout estão concentrados no centro-sul da capital paulista. Desses, Ricardo Nunes venceu no Jabaquara, Pedreira, Santo Amaro e Socorro, enquanto Boulos venceu no Campo Limpo, Jardim São Luís e em Pinheiros", diz relatório enviado aos clientes.

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A consultoria aponta ainda que os bairros onde Pablo Marçal (PRTB) foi mais votado, que em tese seriam os locais mais visados no segundo turno pelos candidatos do MDB e do PSOL, foram menos impactados pela falta de energia elétrica.

Como mostrou o Estadão, a campanha de Nunes avalia que o apagão do último final de semana terá efeitos eleitorais limitados porque entende que o prefeito conseguiu transmitir a mensagem que parte do problema é responsabilidade federal, já que cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recomendar a caducidade do contrato e ao Ministério de Minas e Energia prosseguir com o eventual rompimento.

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Há temor, no entanto, que um novo apagão possa mudar o cenário e prejudicar Nunes. O prefeito afirmou nesta quarta-feira, 16, que a previsão é de chuva na sexta-feira, 18, e no sábado, 19, mas ponderou que ainda não se sabe qual será a intensidade da precipitação.

"Não temos, neste momento, confirmação pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência da Prefeitura) de que terá, como foi colocado por algumas pessoas, a quantidade de chuva e de ventos (do registrado anteriormente) para sexta e sábado", disse o prefeito.

Pesquisa

Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira coloca Nunes com 12 pontos de vantagem sobre Boulos. Segundo o levantamento, o prefeito tem 45% das intenções de voto contra 33% do psolista. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. As entrevistas foram realizadas entre os dias 13 e 15 de outubro, o que significa que elas ocorreram enquanto parte da população ainda sofria as consequências do apagão.

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