O novo ministro do Esporte, André Fufuca, afirmou, em entrevista ao
, que os recursos previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024 são insuficientes para garantir estrutura adequada à pasta. Recém empossado, ele reforçou que vai trabalhar junto ao Legislativo para incrementar o orçamento dedicado ao setor. Fufuca também defendeu que as atribuições da nova Secretaria de Apostas Esportivas, criada para gerir o setor, sejam divididas entre o Ministério do Esporte e a Fazenda. Nos bastidores, fontes disseram que a promessa de dividir a secretaria foi uma das condições para que o PP aceitasse assumir a Pasta na reforma ministerial feita por Lula para abarcar partidos do Centrão. "Defendo dividir, sim. É o melhor caminho, com muita tranquilidade, sem confusão, nem nada. Porque é muito grande a secretaria", afirmou. Ele disse que vai debater o tema esta semana com a equipe econômica. O projeto de lei que regulamenta a tributação das apostas esportivas e outros jogos online foi aprovado na semana passada na Câmara. O relatório manteve a Secretaria de Apostas Esportivas sob responsabilidade do Ministério da Fazenda, apesar da tentativa do PP de alocar a pasta no Ministério dos Esportes, de olho na arrecadação gerada pela taxação do setor. O novo ministro também disse que vai ampliar no Ministério a equipe responsável por gerir as emendas parlamentares. Uma das principais queixas da Câmara no primeiro semestre, inclusive da bancada do progressistas, foi em relação à demora do governo em liberar os recursos destinados aos deputados. "A gente vai fazer o possível para avançar isso até porque o ministério que tem que ter entrega, tem que ter obras rápidas, como é o caso da do Esporte. Você não pode ficar aguardando uma vida para entregar uma obra", avaliou. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
Quando pretende falar com a Fazenda sobre a Secretaria das apostas esportivas? Vamos tentar uma reunião com a Fazenda para essa semana. O senhor vai defender que a secretaria fique só Esporte? É uma secretaria grande, importante, tem a parte de arrecadação, de fiscalização, de regulação e tem que ter um debate maduro com a Fazenda para a gente achar uma saída. Então o senhor defende dividir? Dividir, sim. É o melhor caminho, com muita tranquilidade, sem confusão, nem nada. Porque é muito grande a secretaria. Uma das principais reclamações do Congresso no primeiro semestre foi sobre a demora na liberação de emendas. Como pretende trabalhar isso? Primeiro, ampliar o setor responsável por isso aqui. O setor de assessoria parlamentar que tem aqui e o setor que trata de meta é muito deficitário, tem pouco funcionário. A primeira coisa é fortalecer isso para que a gente possa dar vazão. O ministério que tem que ter entrega, tem que ter obras rápidas, você não pode ficar aguardando uma vida para entregar uma obra. A classe do esporte criticou a troca de uma ex-atleta, a Ana Moser, por um político, que é o senhor. Como o senhor pretende conquistar essa classe? Vai manter parte da equipe de Ana Moser? Melhor do que manter equipe é manter os projetos, até porque o que fica em qualquer sociedade são os projetos e os sonhos. Os projetos e as construções importantes que estão sendo feitas antes serão mantidas e os quadros técnicos que possam colaborar nós iremos abraçar de braço aberto. Em relação às divergências que houve com o nosso nome, é normal, ninguém agrada todo mundo, mas a gente vai procurar com muita humildade, muita tranquilidade, mostrar a nossa boa vontade, capacidade de gestão e trabalho. Eu acredito que com o trabalho com gestão, eles vão reconhecer que a gente não lembra "bicho papão". Quais serão suas principais prioridades no Ministério do Esporte? Sem sombra de dúvida, tentar democratizar o espaço de qualidade do esporte. Temos um déficit absurdo de estrutura física de esporte no Brasil inteiro. A gente precisa combater isso de forma efetiva no Brasil. O fomento do esporte no Brasil, hoje, é pequeno. Temos a questão da paridade de gênero, que também é outra coisa que a gente vai trabalhar. E como o senhor pretende melhorar a paridade de gênero no esporte? Vamos começar, primeiro, dando exemplo aqui no Ministério. A gente quer ter essa paridade a partir dos funcionários. E trabalhar em parceria com outros ministérios, como o Ministério das Mulheres, através da conscientização. Como o senhor pretende fazer isso? Primeiro, entrega de orçamento, para ter estrutura, tem que ter orçamento. Então, a primeira coisa que a gente tem que fazer é ter o apoio do Executivo e correr atrás de orçamento no Legislativo. Isso a gente já tá trabalhando para fazer. Tirar do papel. O senhor acha que deve aumentar o orçamento do Ministério? A gente vai trabalhar para isso, sem sombra de dúvidas. A previsão de recursos que veio no Projeto de Lei Orçamentário de 2024 é suficiente? Não.Vamos tentar aumentar, conscientizar os parlamentares, através de parcerias. Mas o recurso que está na PLOA é insuficiente para o Ministério. Não tem jeito.
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