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Abin paralela usou sistemas pagos em euro e em dólar para monitorar Moraes

A Polícia Federal constatou que o sistema First Mile - que rastreia o deslocamento de um celular a partir de torres de telecomunicações - não foi o único usado pela 'Abin paralela' do governo Bolsonaro para monitorar autoridades públicas e opositores. A c

Pepita Ortega (via Agência Estado)

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Escrito por Pepita Ortega (via Agência Estado)
Publicado em 11.07.2024, 16:59:00 Editado em 11.07.2024, 17:04:00
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A Polícia Federal constatou que o sistema First Mile - que rastreia o deslocamento de um celular a partir de torres de telecomunicações - não foi o único usado pela 'Abin paralela' do governo Bolsonaro para monitorar autoridades públicas e opositores. A corporação identificou sistemas "ilegítimos" pagos em dólar e euro para uso em "casos mais sensíveis", que envolviam a arapongagem de ministros do Supremo Tribunal Federal e políticos.

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Segundo a Procuradoria-Geral da República, a opção por outros sistemas clandestinos se dava em razão de eles facilitarem a ocultação dos rastros da espionagem. As informações constam do relatório da Polícia Federal e do parecer da Procuradoria-Geral da República que levaram à abertura da quarta fase da Operação Última Milha, na manhã desta quinta-feira, 11.

A Polícia Federal diz que há diligências em andamento para apurar a "extensão do uso de outras aplicações de monitoramento clandestino". A corporação que apurar até se houve a utilização de "malware de intrusão em dispositivos móveis", alertando que não identificou o uso do Pegasus, um sistema de espionagem cuja aquisição chegou a ser aventada no governo Bolsonaro.

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Durante a ofensiva foram presos quatro investigados, entre eles o agente Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes Rodrigues, que atuavam no Centro de Inteligência Nacional da Agência Brasileira de Inteligência sob o comando de Alexandre Ramagem, hoje deputado federal.

O uso dos softwares pagos em dólar e em euro veio à tona em conversa trocada entre Giancarlo e Bormevet. Na ocasião, eles discutiam a produção de um dossiê sobre o ministro Alexandre de Moraes.

Os dois tentavam ligar o magistrado ao delegado Nico Gonçalves - ex-delegado-geral de Polícia Civil de São Paulo - e uma suposta investigação sobre corrupção. O levantamento foi realizado à época em que o Supremo Tribunal Federal confirmou, em junho de 2020, a legalidade do inquérito das fake news.

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Ao analisar as mensagens trocadas pelos auxiliares de Ramagem a PF encontrou outras referências a Moraes, com "indicativo de violência e ações relacionadas à tentativa de impeachment" do ministro.

Em um diálogo, um deles escreveu: "Tá ficando foda isso. Esse careca está merecendo algo a mais." A resposta foi: "Só 7.62" - o número do calibre de uma munição. "Headshot", finaliza o interlocutor, sugerindo um tiro na cabeça do ministro.

Até a publicação deste texto, o Estadão tentou contato com a defesa do agente da Polícia Federal Marcelo Araújo Bormevet e do militar Giancarlo Gomes Rodrigues, mas sem sucesso. O espaço segue aberto.

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