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Temer mira Maia com reforma ministerial

MARINA DIAS BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Michel Temer decidiu usar a reforma ministerial que fará no fim deste mês para tentar isolar a pré-candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao Palácio do Planalto e, com isso, ganhar uma sobrevida até julho

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.03.2018, 03:25:00 Editado em 12.03.2018, 03:25:09
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MARINA DIAS

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Michel Temer decidiu usar a reforma ministerial que fará no fim deste mês para tentar isolar a pré-candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao Palácio do Planalto e, com isso, ganhar uma sobrevida até julho para seu desejo de concorrer à reeleição.

A estratégia de Temer é dar um ultimato a partidos de sua base aliada, como PP, PR e PTB, e negociar indicações aos ministérios apenas com siglas que se comprometerem com seu projeto eleitoral. O plano pode ser o de sua reeleição ou o de uma candidatura como a do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

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As tratativas foram aceleradas nesta semana, após Temer sofrer três reveses na Justiça e Maia ter lançado seu nome ao Planalto com demonstração de apoio de pelo menos 12 partidos, vários deles aliados do governo.

Com o fôlego dado ao inquérito que apura irregularidades no setor de portos, a autorização para a quebra de seu sigilo bancário e a inclusão de seu nome em investigação sobre repasses da Odebrecht ao MDB, o presidente avaliou que precisa reforçar sua fragilizada base enquanto tenta manter influência no tabuleiro eleitoral.

Temer terá de trocar o controle de pelo menos 12 ministérios até 7 de abril --prazo para que os ministros que queiram concorrer às eleições deixem seus cargos.

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Um dos principais focos do Planalto é o PP, que hoje detém o Ministério da Saúde. Na terça-feira (6), o presidente do partido, Ciro Nogueira (PI), conversou com Temer sobre a possibilidade de manter o comando da pasta.

Ouviu do presidente que isso só acontecerá se a sigla estiver comprometida com o candidato do governo.

Dois dias depois, na quinta-feira (8), Nogueira compareceu à convenção do DEM, que lançou Maia à Presidência, e disse que estaria ao lado do deputado enquanto ele percorresse o país.

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O discurso do dirigente do PP, assim como o de integrantes do PR e do PTB, é o de que o Planalto ainda não oficializou sua candidatura e que, portanto, eles têm até julho para definir suas posições.

Até lá, afirmam, observarão o desempenho do presidente da Câmara --Maia tem apenas 1% das intenções de voto, segundo o Datafolha--, mas não abandonam necessariamente nenhum projeto do campo da centro-direita.

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Além da Saúde, nas mãos do PP, o presidente pode nomear novos chefes para Educação (DEM), Trabalho (PTB), Indústria e Comércio Exterior (PRB), entre outros.

MOEDAS

A maior parte desses partidos não terá candidato ao Planalto e, portanto, tem interesse em valorizar o passe em alianças com nomes mais competitivos, como Geraldo Alckmin (PSDB), que tem cerca de 11% nas pesquisas.

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A candidatura do próprio Maia é vista com ceticismo pelo governo e por alguns de seus aliados, que acreditam que o deputado só quer se cacifar para ser o aglutinador do bloco de centro e indicar um vice na chapa do tucano.

Outro trunfo nas mãos de Temer é a liberação de cerca de R$ 15 milhões em emendas parlamentares para cada deputado, o que pode ser feito somente até julho, de acordo com a lei eleitoral.

Segundo a reportagem apurou, o presidente vai acelerar o repasse dessa verba durante a costura da reforma ministerial, como mais um caminho para tentar esvaziar as candidaturas de Maia e Alckmin --que também duela pelo apoio desses partidos.

O Planalto calcula que sua vantagem se dá porque as siglas médias têm oferecido de R$ 1 milhão a R$ 2,5 milhões dos fundos eleitoral e partidário para cada deputado fazer campanha, enquanto o presidente pode repassar quantia muito superior.

Esse dinheiro pode ser empregado para privilegiar redutos eleitorais dos deputados e ajudar na conquista de votos em suas bases.

O interesse dos partidos que não têm candidato à Presidência é eleger uma numerosa bancada parlamentar para ter acesso a uma fatia mais gorda desses fundos.

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