JOELMIR TAVARES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O vice-governador Márcio França (PSB) aproveitou evento de anúncio do apoio do PSC (Partido Social Cristão) à sua pré-candidatura ao governo do Estado, nesta segunda-feira (19), para dizer que convidou Celso Russomanno para ser vice em sua chapa.
O deputado federal é do PRB, outro partido que o socialista tenta atrair para sua campanha, assim como PV, PPS, PCdoB, PHS, PTC e PSD.
França, que assumirá o Palácio dos Bandeirantes em abril se Geraldo Alckmin (PSDB) sair para disputar o Planalto, já conta com a adesão de PR, PROS e SD. Com isso, diz, tem garantidos 18 minutos de tempo de propaganda.
Russomanno lidera as pesquisas para a sucessão de Alckmin. O parlamentar confirmou à reportagem ter recebido o convite e disse que a ideia será levada ao PRB. "Na minha vida as decisões nunca foram individuais, são sempre partidárias." A hipótese é vista como remota na sigla, que tem como plano lançar o deputado à reeleição.
Segundo França, a parceria com "alguém conhecido" ajudaria a resolver seu problema de "desconhecimento".
'VOTO EM TRAIDOR'
O vice-governador admitiu que concorrerá com algum candidato tucano em outubro.
A declaração veio três dias após Alckmin dizer que apoiará o nome do PSDB à sua sucessão, em detrimento de França.
"Em São Paulo nós temos uma candidatura do PT, que ainda não está decidida entre Luiz Marinho e Elói Pietá [...]. Nós temos uma candidatura do PMDB, que é o Paulo Skaf [...]. Teremos um candidato do PSDB. Qualquer nome que saia de lá é sempre um nome forte, porque são nomes preparados também. E teremos o nosso", afirmou o socialista.
França, que apoiará o tucano ao Planalto, tinha a intenção de contar com os tucanos em sua campanha. O PSDB, no entanto, caminha para ter candidatura própria, hoje almejada por três interessados.
O prefeito da capital, João Doria, também é visto como possível nome, embora negue.
No evento, França falou sobre a "importância de honrar a palavra", disse reiteradas vezes que "ninguém vota em traidor" e exaltou a classe política. "A cidade, ou o Estado, nenhum lugar precisa apenas de um gestor. Um gestor é importante, claro, mas se fosse assim era mais fácil fazer um concurso público", afirmou.
Depois, aos jornalistas, ele negou que estivesse se referindo a Doria, eleito com o discurso de que não é um político, mas um gestor.
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