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'Ficha-suja está fora do jogo democrático', diz Luiz Fux

LETÍCIA CASADO, REYNALDO TUROLLO JR. E GUSTAVO URIBE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux afirmou nesta terça-feira (6) que candidatos com ficha-suja estarão de fora da disputa eleitoral deste ano. Em discurso

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 06.02.2018, 21:50:00 Editado em 06.02.2018, 21:50:08
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LETÍCIA CASADO, REYNALDO TUROLLO JR. E GUSTAVO URIBE

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux afirmou nesta terça-feira (6) que candidatos com ficha-suja estarão de fora da disputa eleitoral deste ano.

Em discurso de posse como novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ele disse que a Justiça Eleitoral será "irredutível" na aplicação da Ficha Limpa e que haverá "estrita observância" a ela.

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"A observância da Lei da Ficha Limpa se apresenta como pilar fundante na atuação da Justiça Eleitoral, como mediadora do processo político . Digo em alto e bom som: ficha suja está fora do jogo democrático."

Em nenhum momento, contudo, o ministro citou o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve recorrer à Justiça Eleitoral para ser candidato à sucessão presidencial.

Na semana retrasada, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região manteve a condenação do petista, tornando-o inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

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O mandato de Fux terminará em agosto, quando a ministra Rosa Weber assumirá o comando do TSE. Ele, portanto, não deve participar do julgamento do pedido de registro de candidatura de Lula.

Em seu discurso, o ministro disse ainda que não se pode "prescindir de uma classe politica proba" no país. Para ele, há uma "crise de moralidade" e o Poder Legislativo deve ser "a caixa de ressonância da ética".

"Uma pessoa corrupta, uma pessoa improba e uma pessoa antiética na vida pregressa não conduz o país para um novo futuro", disse.

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Ele ressaltou que a eleição presidencial deste ano "se preanuncia como a mais espinhosa e, porque não dizer, a mais imprevisível desde 1989".

No discurso, o novo presidente também ressaltou a necessidade de combater as chamadas"fake news", notícias falsas compartilhadas nas redes sociais, tema que deve ser uma das marcas de sua gestão.

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"As fake  news derretem candidaturas legítimas", disse. "O papel do TSE, portanto, é o de neutralizar esses comportamentos anti-isonômicos e abusivos", acrescentou.

Ele destacou ainda que a imprensa estará na linha de frente do combate a notícias falsas no processo eleitoral.

"A nossa imprensa nos auxiliará como a fonte primária da aferição da verossimilhança da notícia. Será nossa primeira parceira nessa empreitada", disse.

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Em seu pronunciamento, a procuradora-geral, Raquel Dodge, disse que as eleições deste ano serão marcadas pela nova forma de financiamento das campanhas -o Supremo proibiu a doação por empresas- e pelas notícias falsas (fake news) disseminadas pelas redes sociais.

Para ela, Fux terá o desafio de comandar o tribunal no ano em que estará no "centro das atenções" com a preocupação de cumprir as regras legais para o equilíbrio da disputa e de "assegurar punição a quem desrespeitar essas normas".

A procuradora-geral disse que Fux é reconhecido no STF como um ministro de "posicionamentos firmes e ponderados".

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Dodge afirmou também que o Ministério Público trabalhará pelo "respeito à Lei da Ficha Limpa", assunto que está no centro do debate com a condenação do ex-presidente Lula pelo TRF-4, o que em tese o torna inelegível.

LULAO caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode chegar ao TSE por meio de um eventual recurso contra impugnação do registro de sua candidatura.

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Sua candidatura nas eleições de 2018 é considerada praticamente impossível por ministros dos tribunais superiores ouvidos pela reportagem.

O cenário hoje é negativo para o petista e as apostas são de que dificilmente o TSE vai permitir o registro de sua candidatura ou, em último caso, dar o diploma caso ele fosse eleito.

A Lei da Ficha Limpa prevê que o réu condenado por um órgão colegiado não pode concorrer, mas garante ao candidato o recurso para suspender a inelegibilidade.

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O ex-presidente foi condenado em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

POLÍTICOS

Dezenas de políticos foram ao TSE prestigiar Fux -um contraste com a cerimônia no STF para a abertura do ano do Judiciário, na semana passada, esvaziada de políticos.

A lista de políticos presentes no TSE incluiu os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), virtual candidato à Presidência da República e Fernando Coelho Filho ( Minas e Energia), os senadores do MDB investigados na Lava Jato Renan Calheiros (AL) e Marta Suplicy (SP), que devem tentar a reeleição, além de deputados e senadores do PT, PSDB, MDB, PSC e Podemos.

Fux substitui Gilmar Mendes na presidência do tribunal. Com perfil mais reservado que seu antecessor, o novo presidente participa menos de encontros com políticos, o que pode reduzir a interlocução de congressistas com a corte eleitoral.

A expectativa de quem circula pela corte é que Fux inaugure a fase mais "dura" da corte, cuja composição incluirá os colegas do Supremo Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.

Apelidados de "punitivistas" nos bastidores dos tribunais superiores, os ministros da nova composição costumam dar decisões consideradas rígidas por advogados criminalistas e eleitorais.

Durante seu discurso, Claudio Lamachia, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), destacou que "voto tem consequência", e mencionou a crise pela qual o país passa.

"A responsabilidade pela degradação da política não pode ser atribuída apenas aos eleitos, mas também àqueles que os elegeram", afirmou.

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