BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em depoimento em que disse ter se reencontrado com o padre Antônio Vieira e que foi lançado por amigos ao "vale dos leprosos", o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) negou nesta terça-feira (6) ter atuado para impedir a delação premiada do corretor Lúcio Bolonha Funaro ao manter inúmeros contatos com a mulher dele.
Em interrogatório na Justiça Federal em Brasília, o emedebista disse que o propósito das ligações e mensagens enviadas era prestar "solidariedade" a Raquel Pita, que cuidava de uma filha recém-nascida e teve o marido encarcerado. "Eram ligações absolutamente humanitárias."
Numa divagação, Geddel disse que as "ligações amigáveis devem ter feito bem" à mulher do delator. "Digo isso porque amigos de longa data me lançaram ao degredo, me lançaram ao vale dos leprosos", declarou.
Geddel lacrimejou quando lembrou ao juiz que foi preso pela segunda vez no dia do aniversário do filho de oito anos. Ele fez referência ao religioso português da Companhia de Jesus, que foi missionário no Brasil no século 17, ao falar de sua situação: "Me reencontrei com padre Vieira. Os olhos foram feitos para ver e para chorar, mais chorar do que ver. É a manifestação da alma de dor, de saudade de família".
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