FLORIANÓPOLIS, SC (FOLHAPRESS) - O delegado Luiz Carlos Korff disse à Folha que não há conflito de interesses no fato de ele assinar um parecer como corregedor e ao mesmo tempo exercer o ofício de diretor de comunicação da Polícia Federal em Santa Catarina. "É normal que delegados acumulem mais de uma função", justificou. "As regras para impedimentos de atuação ou suspeições em processos administrativos estão previstas nos artigos 18 e 20 da Lei Federal nº 9.784/1999, onde você verá que nenhum caso se aplica a mim", disse.
O delegado disse que estava ausente quando a Ouvidos Moucos foi deflagrada. "Na minha ausência, em razão de férias colegas da divisão de comunicação social da sede da PF em Brasília, sobre os quais não tenho qualquer comando, vieram atuar na divulgação da operação em setembro de 2017, ou seja, não tem como eu ser impedido de dar parecer sobre um caso em que não atuei", diz. "Não existe uma equipe de comunicação social, sou apenas eu o responsável pela comunicação da PF em Santa Catarina, que exerço em acúmulo com minha função principal, de chefe do núcleo de correições da corregedoria regional."
Sobre seu parecer discorrer sobre uma área que comanda, ele disse: "Eu falo de como a Polícia Federal faz a divulgação dos seus trabalhos nas operações em tese, como regra, e apenas esclareço que esse modelo foi utilizado na divulgação da Operação Ouvidos Moucos".
A reportagem tentou ouvir a delegada Erika Marena e a direção da PF, em Brasília, mas não obteve resposta.
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