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'Regalias' levam Cabral a ser transferido de prisão

ITALO NOGUEIRA E SÉRGIO RANGEL RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A rede de influência do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) mantida dentro da prisão, segundo o Ministério Público do Rio, permitiu que ele fizesse uso de "pontos cegos" no videomonitoramento

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.01.2018, 20:55:00 Editado em 18.01.2018, 20:55:10
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ITALO NOGUEIRA E SÉRGIO RANGEL

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A rede de influência do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) mantida dentro da prisão, segundo o Ministério Público do Rio, permitiu que ele fizesse uso de "pontos cegos" no videomonitoramento da cadeia e até influenciasse na nomeação de cargo público.

Essa atuação de Cabral atrás das grades serviu como base para o pedido de transferência de Cabral feito pelas forças-tarefas da Lava Jato no Rio e Paraná. Os juízes Sergio Moro e Caroline Figueiredo (substituta de Marcelo Bretas) acataram a solicitação e o emedebista foi levado nesta quinta (18) para o Complexo Médico Penal, em Pinhais.

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O Ministério Público afirmou que desde a prisão de Cabral, em novembro de 2016, o secretário de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro Costa Filho, tomou medidas para atender demandas do ex-governador. A Promotoria pediu à Justiça o afastamento dele na pasta, assim como de outros cinco servidores.

"Desde novembro de 2016, o sistema penitenciário passou a se moldar para atender as necessidades de um preso específico", afirmou a promotora Andréa Amin, do Gaesp (Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública).

A promotora classificou como "ridículo", "pífio" e "tosco" o sistema de videomonitoramento instalado na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, reformada para receber em maio os presos da Lava Jato.

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"O monitoramento por câmeras em Benfica é tosco, facilmente manipulável. Qualquer pessoa que passa pode plugar, desplugar. Ter um sistema de monitoramento ridículo, pífio, faz parte do contexto [de benefícios a Cabral]", disse Amin.

A promotoria afirma ainda que o monitoramento tinha pontos cegos que eram usados por Cabral para receber encomendas de forma irregular. O emedebista também atuou para nomear o filho de um agente penitenciário na Secretaria Estadual de Esportes e Lazer. O cargo foi ocupado três dias após o deputado Marco Antônio Cabral (MDB), filho do ex-governador, deixar a pasta.

Preso sob acusação de cobrar 5% de propina sobre os grandes contratos no Estado, Cabral já foi condenado em quatro ações penais a 87 anos -pela lei brasileira, uma pessoa pode ficar no máximo 30 anos preso. Ele responde a outros 16 processos e é alvo de inúmeras investigações em curso.

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A permanência do político no sistema penitenciário do Rio foi repleta de relatos de regalias. A cadeia de Cabral recebeu um home theater, biblioteca para que ele pudesse trabalhar e reduzir a pena, visitas fora de hora e comida farta de restaurantes caros.

Ele chegou a ser transferido para Curitiba em dezembro de 2016, em razão de irregularidades na visitação. Mas obteve liminar no Tribunal Regional Federal do Rio para retornar ao Estado.

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GAROTINHO

Um dos inquéritos assumidos pelo Gaesp trata da suposta agressão ao ex-governador Anthony Garotinho (PR), em novembro. Rival político de Cabral, ele declarou ter sido atacado durante a madrugada de sua primeira noite em Benfica.

A Secretaria de Administração Penitenciária afirmou que as câmeras de monitoramento não identificaram qualquer agressão ao ex-governador. Agentes afirmaram à imprensa local que o político teria se autoagredido para conseguir uma transferência.

"Foi em razão da investigação da suposta agressão ao ex-governador Garotinho que nós tivemos a oportunidade de conseguir pelo menos as imagens de um dos HDs", disse Amin.

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