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Delator diz que empreiteira pagou agência de comunicação para Cabral

ITALO NOGUEIRA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O economista Carlos Emanuel Miranda, apontado como "gerente da propina" atribuída a Sérgio Cabral (PMDB), afirmou nesta segunda-feira (11) que a Carioca Engenharia pagou a agência de comunicação FSB, via ca

Da Redação

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Publicado em 11.12.2017, 21:25:00 Editado em 11.12.2017, 21:25:04
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ITALO NOGUEIRA

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O economista Carlos Emanuel Miranda, apontado como "gerente da propina" atribuída a Sérgio Cabral (PMDB), afirmou nesta segunda-feira (11) que a Carioca Engenharia pagou a agência de comunicação FSB, via caixa dois, para atuar numa campanha eleitoral do ex-governador.

De acordo com ele, a empreiteira pagou entre R$ 200 mil e R$ 300 mil pelo serviço. O valor foi debitado da propina devida ao peemedebista, segundo Miranda.

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"O caixa era único. Era uma contabilidade só", disse o delator, que não soube precisar em qual disputa eleitoral houve o pagamento. A FSB atuou nas duas campanhas de Cabral ao governo do Rio (2006 e 2010).

O economista, que teve o acordo de delação premiada homologado no STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que a Carioca por vezes pagava algumas despesas de campanha diretamente a fornecedores, como gráficas.

Miranda prestou o segundo depoimento como delator no caso Cabral. Sua colaboração é considerada chave para dimensionar a extensão do esquema atribuído ao peemedebista. Ele é réu em 14 das 16 ações penais em que o ex-governador é réu.

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Ele afirmou que os principais auxiliares de Cabral recebiam uma remuneração mensal em dinheiro vivo. De acordo com o "gerente", ele, os ex-secretários Wilson Carlos e Régis Fichtner recebiam cerca de R$ 150 mil por mês, além de eventuais "prêmios" no fim do ano.

'TESOURO PERDIDO'

Miranda depôs na ação penal que trata da suposta mesada paga pela Carioca Engenharia para o grupo de Cabral. Segundo a denúncia, o peemedebista recebeu cerca de R$ 39 milhões no esquema com a empreiteira.

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O economista afirmou que todo o esquema do ex-governador movimentou "mais do que R$ 500 milhões", sem, contudo, ter certeza do valor total arrecadado. "Difícil dizer", afirmou.

O delator foi pressionado pelo procurador Sérgio Pinel a apontar possíveis valores ainda não apreendidos após mais de um ano de investigações. Há a suspeita de que joias e dinheiro da organização criminosa ainda não tenham sido recolhidos.

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Miranda afirmou não ter conhecimento sobre dinheiro ainda escondido. Declarou que os doleiros Renato e Marcelo Chebar, delatores que devolveram US$ 100 milhões atribuídos a Cabral, pararam de trabalhar para o grupo em meados de 2016. Disse que, após esse momento até a prisão dos envolvidos, os valores tinham mais saída do que entrada, em razão da saída do peemedebista do governo.

Cabral já negou em outras oportunidades ter pedido propina a fornecedores do Estado, mas confirmou ter feito uso pessoal de sobras de caixa dois de campanha.

A FSB afirmou, em nota, que desconhece Miranda e que nunca teve contato com ele. "Ficamos absolutamente surpresos com suas declarações pela total falta de fundamento", diz comunicado.

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A empresa afirmou ainda que pauta sua atuação "por um código de conduta e ética baseado em normas rígidas de compliance" e que tem 38 anos de história.

JULIO LOPES

O ex-assessor da Secretaria de Transportes Luiz Carlos Velloso afirmou que o deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ) manteve uma conta numa corretora qual acumulou R$ 3,5 milhões arrecadados a título de campanha eleitoral.

Velloso, contudo, declarou que cerca de R$ 1,5 milhão foi usada para pagar despesas pessoais dele e do deputado, que ocupou o cargo de secretário de Transportes por quase todo o governo Cabral.

Segundo o ex-assessor de Lopes, a conta recebia depósitos principalmente de Marcos Vidigial, executivo da Odebrecht.

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