FABIANO MAISONNAVE
MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - Pré-candidato tucano à Presidência, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, foi denunciado nesta quinta-feira (7) pelo Ministério Público Federal por ter ocultado da Justiça Eleitoral dois apartamentos de luxo avaliados em R$ 1,6 milhão.
De acordo com o MPF, Virgílio Neto declarou apenas R$ 160.784,29 em 2016, quando foi reeleito prefeito. Seu patrimônio listado foram um imóvel de R$ 36 mil e aplicações bancárias.
A denúncia à Justiça Eleitoral afirma que documentos comprovam que os imóveis são do prefeito. O MPF sustenta que a omissão foi deliberada, já que ele publicamente negou ser o proprietário durante a campanha em 2016, quando a existência dos apartamentos foi revelada pelo jornal "A Crítica".
Durante a campanha, Virgílio Neto alegou que os imóveis, localizados na Ponta Negra, área nobre da cidade, haviam ficado com a ex-mulher, de quem se separou recentemente.
Para o MPF, a omissão teve fins eleitorais, pois ele usou valor baixo do patrimônio declarado para criar a imagem de "uma pessoa que não veio à política para buscar enriquecimento". A pena prevista por omitir bens à Justiça Eleitoral é de prisão por até cinco anos e multa.
Procurado pela reportagem, sua assessoria informou que ele iria publicar uma nota pública sobre o assunto, o que não havia ocorrido até as 15h locais (2 horas a menos do que Brasília).
O prefeito anunciou recentemente a intenção de disputar a Presidência pelo PSDB. Ele defende a realização de prévias e de debates públicos com o governador paulista, Geraldo Alckmin.
No ano passado, Virgílio apareceu na delação premiada da Odebrecht com o apelido de "kimono" -ele praticou jiu-jítsu na juventude. Ele teria recebido R$ 300 mil. O tucano nega.
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