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Segovia vira "sindicalista" no início da gestão à frente da PF

WÁLTER NUNES BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O delegado Fernando Segovia foi anunciado como novo diretor-geral da Polícia Federal em 8 de novembro. No mesmo dia chamou para uma conversa os representantes dos sindicatos de policiais federais. Naquela noite o C

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.12.2017, 07:05:00 Editado em 07.12.2017, 07:05:09
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WÁLTER NUNES

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O delegado Fernando Segovia foi anunciado como novo diretor-geral da Polícia Federal em 8 de novembro. No mesmo dia chamou para uma conversa os representantes dos sindicatos de policiais federais.

Naquela noite o Corinthians, time cujo escudo ele tem tatuado no braço direito, jogaria contra o Atlético Paranaense e uma vitória significaria pôr a mão na taça de campeão brasileiro. Havia, porém, uma disputa mais urgente na sua agenda.

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No dia anterior policiais federais protestaram na Câmara durante a votação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) de um projeto de emenda constitucional que prevê a autonomia administrativa e orçamentária da PF.

Os delegados pediam a aprovação da emenda. Já peritos, agentes, papiloscopistas e escrivães eram contra a PEC. O desacordo na categoria foi usado por parlamentares para adiar a votação.

O episódio é o retrato do racha que se prolonga na PF há anos. A ADPF (Associação dos Delegados da Polícia Federal), que representa os delegados, com frequência entra em confronto com a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) e outros sindicatos que defendem os interesses dos profissionais das outras carreiras da PF.

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A associação queria emplacar um diretor-geral vinculado à entidade. Elegeu uma lista tríplice e entregou ao presidente Michel Temer. Os outros sindicatos foram contra. Na ocasião do anúncio de Segovia, os sindicalistas divulgaram nota conjunta, sem a ADPF, saudando o novo comandante.

Segovia assumiu pregando a união interna. O delegado Sandro Avelar foi chamado para a diretoria-executiva, segundo cargo na hierarquia. Avelar foi presidente da ADPF e na ocasião comandava a Fenadepol (Federação Nacional dos Delegados de Polícia), mas transita com desenvoltura também nos sindicatos dos agentes, peritos, papiloscopistas e escrivães.

Foi secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no governo de Tadeu Filipelli (PMDB), o que lhe rendeu a fama de ter facilidade no trato com políticos.

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PREVIDÊNCIA

Na quinta-feira (23) Sandro Avelar se reuniu na sede da PF com sindicalistas para discutir a reforma da Previdência, pauta que unifica o discurso da categoria. Desta vez, havia representante da ADPF na mesa de negociação. Na terça (28), Segovia foi até o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com reivindicações sobre a idade mínima para aposentadoria, paridade e integralidade. Conseguiu, em primeira hora, agradar a todos os comandados.

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"O sentimento é que fomos realmente ouvidos", disse Marcos Camargo, presidente da APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais). Mas vem da associação dos delegados a ressalva. "O resultado foi bom, mas espero que ele [Segovia] não escolha para debater apenas pautas em que o clima é convergente. Há assuntos que precisam ser enfrentados e que são bons para a polícia, apesar de não haver consenso sobre o assunto", diz Carlos Eduardo Sobral, que até sexta (1/12) presidia a ADPF.

Avelar diz que as negociações com os sindicatos serão parte da rotina.

"Nós estamos sentando com toda a categoria, procuramos pacificar a Polícia Federal. Isso é importante para trazer melhores resultados para a própria polícia", diz.

"O assunto principal desta vez foi Previdência, mas todos os assuntos nós vamos tratar assim. Queremos ter transparência e unir a PF."

Se o esforço para conquistar o público interno vem dando resultado, da porta para fora a nova direção é vista com desconfiança.

Para chegar ao topo da Polícia Federal, Fernando Segovia contou com a simpatia de Moreira Franco, José Sarney e Eliseu Padilha, todos investigados em operações policiais, incluindo a Lava Jato.

Logo no discurso de posse ele agradou a Michel Temer ao concluir que uma mala repleta de dinheiro não serviria de prova de corrupção, discurso que se encaixou com perfeição ao da defesa do presidente, acusado pela Procuradoria-Geral da República de receber suborno da JBS.

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