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Em crise, tucanos e governistas veem falta de habilidade de Meirelles

DANIEL CARVALHO, MARINA DIAS E GUSTAVO URIBE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - As críticas do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) ao PSDB acirraram a crise entre tucanos e o governo às vésperas das últimas tentativas para votar a reforma da Previdência na Câm

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.12.2017, 10:30:00 Editado em 05.12.2017, 10:30:04
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DANIEL CARVALHO, MARINA DIAS E GUSTAVO URIBE

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - As críticas do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) ao PSDB acirraram a crise entre tucanos e o governo às vésperas das últimas tentativas para votar a reforma da Previdência na Câmara.

A avaliação no partido e inclusive de aliados do Planalto é de que faltou habilidade por parte do ministro ao dizer que o candidato do governo à Presidência não será o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e que os tucanos seguem a direção de não apoiar a gestão de Michel Temer.

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Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada nesta segunda (4), Meirelles disse, entre outras coisas, que não há "um comprometimento do PSDB em defesa dessa série de políticas e do legado de crescimento com compromisso de continuidade". "Não quero ter a pretensão de entender o PSDB", afirmou.

A declaração foi dada em meio à discussão sobre o desembarque do partido da base do governo e a poucos dias da convenção da legenda a ser realizada no sábado (9), em Brasília.

Coube ao líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), ser o porta-voz inicial da reação às palavras de Meirelles.

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"Isso é porque ele é candidato e ele quer agora, obviamente, começar a campanha eleitoral. Começou muito mal. Não é por aí que ele vai conseguir convencer a população brasileira de que o PSDB não tem ajudado o governo", disse.

Meirelles ainda não se lançou candidato, mas admite essa possibilidade. Segundo pesquisa Datafolha, o ministro aparece tendo entre 1% e 2% de intenções de votos.

Na avaliação do ministro, o governo Temer terá um candidato próprio em 2018 que não será do PSDB.

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"Para quem quer compor uma maioria, essa entrevista não foi uma boa ideia. Pode não tirar voto, mas não ajuda a ganhar", disse o deputado Sílvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB.

Na base governista, a fala de Meirelles foi alvo de críticas de parlamentares que estão em busca de votos pela Previdência.

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"Não que chegue a prejudicar, mas não ajuda em nada. Não podemos fazer nenhuma marola para prejudicar a reforma", disse o deputado Beto Mansur (PRB-SP).

Auxiliares do presidente Michel Temer também avaliaram que as declarações do ministro não ajudam o governo em um momento de negociação política.

Publicamente, não houve defesa do ministro da Fazenda por parlamentares.

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"Como temos um candidato [a presidente] à altura, a tendência deles [governo] agora é diminuir o impacto da importância do PSDB", afirmou Tripoli.

Para o líder, o governo quer colocar na conta do PSDB uma eventual derrota da reforma previdenciária.

"É um desrespeito dele com a bancada federal, que ajudou tanto o governo até agora. Demos mais votos na reforma trabalhista que o partido dele [PSD] e que o partido do presidente Michel Temer, o PMDB. Acho uma ingratidão", afirmou Tripoli.

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"Manda ele convencer o partido dele. Não é com esse tipo de pressão que ele vai aprovar a reforma", disse o deputado Daniel Coelho (PE), uma das lideranças da ala jovem do PSDB, os chamados "cabeças pretas".

A crise entre governo e PSDB se agravou na semana passada, quando o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) disse que os tucanos não faziam mais parte da base aliada do governo Temer.

Ministros de Temer avaliam, reservadamente, que, eleitoralmente, a fala de Meirelles teve efeito positivo para um nome que se coloca como opção de centro-direita no país, mas dizem que isso deveria ter sido feito com mais habilidade.

Uma citação direta a Alckmin por parte de um integrante do governo não ajudaria nas negociações, visto que os votos do PSDB -46 deputados- são importantes para o avanço da medida.

Nem mesmo colegas de partido de Meirelles defenderam o ministro.

"Em momento de ajuste fiscal, ministro da Fazenda fala de economia e não de eleição", disse o deputado Rogério Rosso (PSD-DF).

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