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Promotoria analisa dez mil horas de gravação em cadeia de Cabral

ITALO NOGUEIRA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O Ministério Público do Rio analisa dez mil horas de imagens captados por 16 câmeras, ao longo de um mês na cadeia pública José Frederico Marques, a fim de apurar se há regalias para o ex-governador Sérgio

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 27.11.2017, 19:50:00 Editado em 27.11.2017, 19:50:06
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ITALO NOGUEIRA

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O Ministério Público do Rio analisa dez mil horas de imagens captados por 16 câmeras, ao longo de um mês na cadeia pública José Frederico Marques, a fim de apurar se há regalias para o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso há um ano.

A promotora Andréa Amin, coordenadora do Gaesp (Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública), afirmou que pretende ouvir o secretário Erir Ribeiro Costa Filho sobre as irregularidades identificadas em vistoria na sexta-feira (27).

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Além de comida de luxo considerada irregular, o Ministério Público encontrou material de ginástica, tal como halteres, corda para crossfit, além de chaleira, sanduicheira e aquecedores elétricos.

"Essa corda é totalmente irregular. Pode ser usada inclusive para enforcar algum desafeto. Por isso é proibida no sistema carcerário", disse Amin.

A promotora listou uma série de indícios sobre possíveis benefícios à galeria C do segundo andar da cadeia de Benfica, onde estão os presos da Lava Jato.

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"Há na galeria C quatro colchões sem uso, enquanto alguns presos de outros andares não tinham colchões", disse ela. A cadeia de Benfica recebeu alguns colchões usados por atletas na Vila Olímpica durante a Rio-16.

De acordo com a promotora, há inclusive diferença entre os colchões disponibilizados para presos da mesma cela. Na ala feminina com ensino superior, no 3º andar, a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo conta "com um colchão mais grosso e confortável" em comparação à ex-governadora Rosinha Garotinho.

Ela disse que também chamou a atenção o fato da galeria C ter lençóis muito brancos, roupas brancas e filtros de água em todos as celas.

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"O filtro é proibido? Não. Mas é suspeito o fato de que seja o mesmo tipo de filtro instalado em todas as celas. Temos que investigar se é o mesmo fornecedor", disse ela.

Amin afirmou que pretende ouvir o secretário sobre os indícios, bem como sobre a decisão de criar uma ala feminina na cadeia de Benfica para detentas com diploma. Como a Folha de S.Paulo revelou, a nova galeria foi criada há um mês. A mudança permite que casais se encontrem no pátio da prisão em dias de visita.

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"Existe uma margem de discricionariedade do secretário nessa decisão. Mas é precisa saber se foi para beneficiar a ex-primeira-dama para o caso de ser presa, além de outras mulheres do grupo que está preso", disse a promotora.

Questionada se avaliava como "estranho" o fato de Costa Filho ter de administrar a custódia de Cabral, que o nomeou comandante da Polícia Militar, Amin respondeu: "O que não é estranho no Rio?"

O Ministério Público tem abertos procedimentos criminal e cível que podem culminar no pedido de afastamento do secretário e do diretor da cadeia, Fábio Ferraz Sodré.

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COMIDA

O Ministério Público do Rio apreendeu na sexta uma série de alimentos considerados irregulares nas celas de Cabral, do empresário Jacob Barata Filho e na ala feminina, onde estão Ancelmo e Rosinha. Foram recolhidos itens como iogurte, queijos, castanhas, frios diversos, bolinho de bacalhau acondicionados em tonéis usados como uma espécie de "cooler".

As regras da Secretaria de Administração Penitenciária não permitem comidas "in natura". Para a promotora, isso significa que nenhum alimento que possa estragar sem refrigeração adequada é proibida.

Ela afirmou que investiga se as entregas dos alimentos foi feita diretamente por restaurantes, e não por familiares. As regras da Seap permitem a entrada de duas sacolas plásticas por visitante de preso. Durante a crise financeira do Estado, porém, a pasta passou a permitir a entrada de três sacolas.

"Chamou a atenção o fato de ser a mesma embalagem em diferentes celas, acondicionadas da mesma forma. Será que há um fornecedor comum? É o que vamos avaliar", disse ela.

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