GABRIELA SÁ PESSOA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um dos principais aliados do governador Geraldo Alckmin, a quem sempre se refere como "amigo", o deputado estadual Campos Machado (PTB) tem um recado para o prefeito João Doria: caso ele dispute o governo do Estado em 2018, o PTB abandonará o barco e lançará seu próprio nome para o Palácio dos Bandeirantes.
"Eu o considero um traidor. Biblicamente, quem trai Pedro, trai Paulo", ele afirmou nesta quarta-feira (22), no mesmo dia em que uma reportagem da Folha de S.Paulo informou que Doria desanimou de tentar se viabilizar para o Planalto e agora almeja o governo de São Paulo.
Machado foi o primeiro parlamentar entre os governistas a criticar Doria na Assembleia Legislativa de São Paulo, em razão da movimentação dele para tentar se viabilizar na disputa presidencial.
O petebista acha "difícil" que o PSDB apoie o prefeito paulistano para o Bandeirantes.
"Ele traz a candidatura do Geraldo para baixo. Vai para o interior, para a periferia e vê se alguém quer votar no Doria hoje", comentou. "Doria veio para prefeitar e se apresentou como gestor. Mas não é gestor e nem politico."
O PTB comanda no Estado, hoje, 170 prefeituras e vice-prefeituras. Apesar de seu partido ter apenas dois deputados na Assembleia, Campos Machado é considerado um dos principais articuladores na Casa.
A legenda, segundo o parlamentar, garante o apoio a Alckmin na disputa à Presidência: "Fomos o único partido que apoiou a candidatura do Geraldo desde o começo deste ano".
Machado esteve na convenção paulista do PSDB, há duas semanas. Chegou acompanhado pelo ministro Gilberto Kassab (PSD), fiel escudeiro do senador e ex-governador José Serra (PSDB).
Serra tem avisado a aliados sua intenção de voltar ao Bandeirantes. Os tucanos Luiz Felipe D'Ávila e Floriano Pesaro também articulam a indicação do partido para a sucessão de Geraldo Alckmin.
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