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Tinha receio do que o governo pudesse fazer, depõe Funaro

FÁBIO FABRINI BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O corretor Lúcio Bolonha Funaro disse nesta terça (21) que, antes de decidir fazer um acordo de delação premiada, teve medo de eventuais retaliações de autoridades do governo de Michel Temer. A declaração foi dada

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 21.11.2017, 20:40:00 Editado em 21.11.2017, 20:40:12
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FÁBIO FABRINI

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O corretor Lúcio Bolonha Funaro disse nesta terça (21) que, antes de decidir fazer um acordo de delação premiada, teve medo de eventuais retaliações de autoridades do governo de Michel Temer.

A declaração foi dada em audiência na Justiça Federal em Brasília. O corretor é testemunha de acusação contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que é réu por obstrução de Justiça, acusado de tê-lo monitorado para evitar a colaboração.

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Questionado se tinha preocupação com alguma possível atitude do ex-ministro, Funaro respondeu: "Receio dele, pessoalmente, não. Como ele era membro do primeiro escalão do governo, tinha receio do que o resto do primeiro escalão pudesse fazer".

Funaro citou suspeitas lançadas contra si na época, que lhe causaram preocupação. "Foi imputada a mim a entrega de R$ 4 milhões ao senhor José Yunes [amigo e ex-assessor de Temer]. Nunca entreguei. Recebi R$ 4 milhões para entregar ao senhor Geddel", comentou.

Na época, em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República), Yunes disse ter sido "mula involuntária" de um pacote para o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil). O objeto foi, segundo ele, deixado por Funaro em seu escritório.

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Funaro disse que ficou assustado com a situação na época, porque viu que "dentro do próprio governo não havia uma linha para resolver".

"[Era] O melhor amigo do presidente [Yunes] atacando outro [Padilha], que é muito amigo do presidente", declarou. "É como se fosse um carro sem direção, não tem comando isso aí", comparou, referindo-se ao governo Temer.

O corretor ratificou acusações contra Geddel, segundo as quais o então ministro estaria monitorando a possibilidade de que ele delatasse.

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Reafirmou que o chefe da Casa Civil contava com vazamentos de seus próprios advogados, o que o levou a contratar nova equipe de criminalistas para defendê-lo.

Na audiência, Funaro confirmou que Geddel fez reiteradas ligações para sua mulher, Raquel Pitta, após sua prisão, supostamente para sondar seu ânimo para delatar e saber como estava na cadeia. Ele negou, contudo, que o ex-ministro a tenha ameaçado ou oferecido vantagem financeira.

O advogado de Geddel, Gamil Föppel, disse que os depoimentos desta terça demonstraram que não houve constrangimento, ameaça ou oferta de vantagem por parte do ex-ministro à mulher de Funaro. "Portanto, não houve obstrução", comentou.

O procurador Alselmo Lopes afirmou que o fato de o ex-ministro de monitorado Funaro, que temia eventuais reações de autoridades do governo, configura tentativa de embaraçar as investigações.

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